‘Novo normal’ é de Termer para baixo
Crescimento 'lânguido' do PIB dá sinais de desaceleração; indústria fica no vermelho
“2019 vai se aproximando do ‘novo normal’ da economia brasileira, que é um crescimento em torno de apenas 1% ao ano.” A definição foi dada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) após a divulgação do crescimento da economia no terceiro trimestre do ano, dados oficiais do IBGE. Este “novo normal” coloca a alta do PIB brasileiro na 43ª posição em uma lista de 54 países.
O professor Marcio Pochmann, em seu Twitter, afirma: “Passagem do Governo Temer para Bolsonaro rebaixou a já frágil recuperação do nível de atividade econômica iniciada em 2017. Mas no 2° semestre de 2019, o PIB brasileiro voltou a recuperar o ritmo lânguido, motivado por medidas heterodoxas de adição do crédito e de renda liberada.”
A redução dos juros nominais deu algum fôlego à construção civil, mas de forma localizada, principalmente na capital paulista. Os saques no FGTS tiveram impacto mais no final do período. Alguns números do 3º trimestre atestam que a comemoração do governo, dos economistas do mercado e da imprensa – também de mercado – é baseada em terreno instável.
No ano, até o 3º trimestre, o PIB subiu 1%; até o mesmo período de 2018, a alta era de 1,3%. A queda se repete na comparação entre o acumulado nos quatro últimos trimestres (alta de 1%) e o mesmo intervalo encerrado no 3º trimestre de 2018 (elevação de 1,6%). Aliás, este indicador vem em queda constante (1,6%, 1,3%, 1,1%, 1,1% e agora 1%).
O Iedi chama atenção para a situação da indústria. Apenas a agropecuária conseguiu crescer mais no acumulado de 2019 até o terceiro trimestre (+1,4%) do que em igual período do ano passado (+0,6%). Serviços desacelerou (de +1,6% para +1,1%) e a indústria está praticamente estagnada: +0,1%. “Ou seja, temos em 2019 uma recuperação sem indústria”, lamenta o Instituto.
O ramo da indústria de transformação, que produz bens mais complexos, está pior: voltou a ficar no vermelho. Caiu 1% ante o 2º trim/19, com ajuste sazonal; 0,5% frente ao 3º trim/18; 0,2% no acumulado dos três primeiros trimestres de 2019; e 0,5% nos últimos 12 meses. Deste modo, ficou ainda mais longe (15,7% abaixo) do seu pico histórico, obtido no 3º trimestre de 2008.
Fonte: Monitor Mercantil
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