O telescópio Webb e o tamanho e importância da Petrobrás
O mundo ficou maravilhado com as primeiras imagens que o super telescópio James Webb enviou para a Terra.
As poderosas lentes de Webb mostraram o quão pequena é a nossa Via Láctea diante da imensidão do Universo, mas cada ponto tem seu motivo para estar lá. Já a renomada empresa de consultoria em energia Wood Mackenzie divulgou estudo revelando que empresas detêm as maiores reservas de petróleo do nosso minúsculo planeta. Pasmem, não são as big petroleiras de capital privado, mas sete empresas estatais.
A reportagem “Quem realmente controla as reservas mundiais de petróleo?”, revela que mais da metade – 65%, para ser mais preciso – das reservas mundiais de petróleo e gás descobertas estão sob o controle de companhias petrolíferas nacionais. São elas: Saudi Aramco (Arábia Saudita), QatarEnergy e Adnoc de Abu Dhabi, Rosneft e Gazprom da Rússia, a National Iranian Oil Company e a PDVSA da Venezuela.
Segundo o relatório da Wood Mackenzie, essas sete empresas podem continuar produzindo petróleo e gás em suas taxas atuais pelos próximos 40 a 60 anos ou até mais se explorarem sua capacidade ociosa.
Foram as empresas petrolíferas nacionais que fizeram 41% de todas as novas descobertas de petróleo e gás em recursos convencionais desde 2011, observaram os analistas. Além disso, a participação dos estatais em novas descobertas vem aumentando desde 2018.
A Petrobrás não é citada no estudo, apesar de possuir 9,8 bilhões de barris de óleo equivalente (boe - petróleo e gás) em reservas provadas, dos 13,24 bilhões boe do Brasil, segundo a ANP. A Venezuela, por exemplo, detém mais 300 bilhões de boe, ou 18% do total mundial. Por isso, voltemos às imagens do telescópio Webb. A Petrobrás pode ser um ponto pequeno no universo do petróleo, mas é do Brasil e ainda majoritariamente estatal.
A defesa incondicional da AEPET de uma Petrobrás estatal e garantidora da Soberania Nacional e da distribuição da renda petroleira para o benefício de todos os brasileiros encontra eco no relatório acima citado. As reservas de óleo provadas da Petrobrás devem servir aos interesses nacionais e não serem transformadas em meras commodities e despachadas pelo mundo, gerando lucros apenas para alimentar os acionistas.
A atual crise energética que assola principalmente a Europa, não começou com o conflito entre Rússia e Ucrânia, já vinha antes da pandemia do Covid.A radical transição energética adotada pelas grandes economias da União Europeia, não previu que as energias alternativas (principalmente eólica e solar) ainda são intermitentes e dependentes da energia fóssil para sua constituição.
E os países desenvolvidos, que promoveram os grandes estragos que levam à emergência climática querem impor o ônus da reversão dos efeitos negativos às nações que ainda dispõem de combustíveis fósseis para alavancar seu desenvolvimento.
No Brasil, desde 2015 está em marcha uma política de governo para apequenar a Petrobrás, destruindo o conceito de empresa de energia integrada, que poderia levar o País a superar seus desafios energéticos, utilizando o petróleo como garantidor de investimentos em tecnologias de ponta para a transição com as renováveis.
As últimas diretorias da Petrobrás estão, literalmente, queimando o óleo que poderia construir o nosso futuro. E apagando uma História de mais 60 anos de conquistas.
Leia aqui a primeira parte da série “A História da Petrobrás”
ENERGIZANDO
*Assembleia do CA será em 19 de agosto, com votação de seis candidatos da União e dois dos acionistas privados
** Equinor retoma a produção de Peregrino, o seu maior campo de petróleo fora da Europa
*** Petrobrás iniciou montagem do seu mais poderoso supercomputador para processar dados geológicos
Receba os destaques do dia por e-mail
Gostou do conteúdo?
Clique aqui para receber matérias e artigos da AEPET em primeira mão pelo Telegram.