Os 70 anos da Petrobrás: estatal cresceu e desenvolveu o Brasil
Petrobrás nunca decepcionou
Fruto do movimento “O petróleo é nosso”, a Petrobrás foi fundada pelo então presidente Getúlio Vargas em 3 de outubro de 1953. Os 70 anos da Petrobras serão comemorados na próxima terça-feira. A história da estatal se mescla com a do Brasil.
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“Nos primeiros 35 anos de existência, a Petrobrás cresceu e desenvolveu o Brasil. Ao ser criada, em 1953, a população de analfabetos, com mais de 15 anos, era majoritária no Brasil, 51%, chegando em alguns estados a 65%. Em 1988, cerca de 25%, pelo levantamento da época, não sabiam ler e escrever”, relembra Pedro Augusto Pinho, presidente da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobrás).
“A Petrobras não decepcionou”, prossegue Pinho. “Em três décadas transformou o país que importava todos os derivados de petróleo, e por empresa estrangeira, no país quase autossuficiente na produção de petróleo cru, autossuficiente nos derivados que necessitava, e expandia, por seus profissionais, a tecnologia que dispunha.”
Um dos pontos marcantes dos 70 anos da Petrobrás foi a exploração da plataforma continental, ainda na década de 1960. A estatal logo se deu conta que nas bacias terrestres não encontraria petróleo em abundância que abastecesse o desenvolvimento brasileiro.
Ato na ABI sobre 70 anos da Petrobrás e a soberania
Nesta sexta-feira, às 18h, haverá uma sessão solene na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) para celebração dos 70 anos da Petrobras. Com o tema “Soberania Nacional – O papel da Petrobras para o Brasil”, o ato é organizado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), sindicatos da categoria, centrais sindicais, partidos políticos e movimentos sociais.
“A nossa luta segue pela reversão das privatizações, por emprego e distribuição de renda, por democracia e participação popular e em defesa das estatais, que têm papel fundamental no desenvolvimento do país”, destaca Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP. “Soberania nacional é sobre isso”, completa.
“Todos governantes desde 1953, mesmo ideologicamente contrários ao monopólio estatal, mantiveram a Petrobras como única empresa brasileira de petróleo, até que o entreguismo de Fernando Henrique Cardoso (FHC; 1995–2002), com assessoramento estrangeiro, não apenas extinguiu o monopólio estatal como reorganizou a Petrobras para ser ‘empresa de negócios’, não de petróleo. E, assim, permanece até hoje” critica Pinho.
‘O petróleo é vosso’
FHC criou a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e designou seu então genro David Zylbersztajn para presidi-la. Este, em seu discurso de posse, afirmou: “O Petróleo não é mais nosso, ele agora é vosso”, dirigindo-se aos representantes das petroleiras privadas e estrangeiras. Zylbersztajn realizou o primeiro leilão de áreas de exploração aberto à iniciativa privada, em 15 e 16 de junho de 1999.
“Desde então, com maior ou menor açodamento, a Petrobras vem sendo fatiada e se descaracterizando como empresa integrada de petróleo, como é o modelo universalmente adotado para este tipo de negócio, o do petróleo”, explica o presidente da Aepet.
Nos 70 anos da Petrobrás, a estatal foi excluída da distribuição de combustíveis, após alienar, no governo Bolsonaro, a subsidiária BR. Além disso, reduziu sua participação no refino, com a venda de algumas refinarias. Também foram privatizados dutos e alguns terminais.
Nesta quarta-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu que a Petrobras possa negociar e readquirir refinarias que foram privatizadas, “dentro das regras de mercado”.
Marcos de Oliveira é diretor de Redação do Monitor Mercantil
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