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Os discursos diferentes da direção da Petrobrás sobre a indústria naval brasileira

Em apenas uma semana, discursos diferentes de diretores sobre o futuro da indústria naval brasileira

Publicado em 14/06/2023
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navio de exploração de petróleo
Foto: Agência Petrobrás

Pode estar havendo algum ruído na comunicação interna da Petrobrás. A gerente de Contratos de Afretamento da companhia, Ursula El Amme de Almeida, anunciou, na semana passada, no evento Nor-Shipping, na Noruega, ter uma grande demanda por navios estrangeiros e detalhou o formato de contratação dessas embarcações.

Na apresentação “Fleet Profile – Downstream”, a executiva da Petrobras mostrou a estimativa de afretamento de 113 navios a serem contratados por tempo (TCP, timecharter) e 235 navios contratados por viagem (VCP) por ano, no mercado spot, para o transporte de óleo, gás e derivados, sem considerar a possibilidade de construção naval no Brasil.

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“O volume a ser contratado no exterior supera a frota própria atual da Petrobrás/Transpetro composta por 26 navios, além de cerca de 120 embarcações afretadas sob o regime TCP e mais 25 em VCP”, revelou nesta terça-feira o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

Na última segunda-feira (12), em evento comemorativo dos 25 anos da Transpetro, os dirigentes da Petrobrás, Jean Paul Prates, e da subsidiária de transporte e logística da estatal, Sergio Bacci, voltaram a defender a renovação da frota com encomendas ao setor naval brasileiro. O que significaria jogar novamente luz sobre os estaleiros nacionais que poderiam voltar às atividades de construção e geração de emprego. Inclusive, Bacci anunciou que a companhia planeja realizar nos próximos meses um concurso público para atender à nova demanda por serviços e recompor as áreas que precisam de mais pessoas. E que o processo seletivo deve ser anunciado ainda este ano.

Bacelar diz que apesar de importantes mudanças já terem ocorrido com a nova gestão da Petrobrás, a mentalidade da gestão anterior ainda permanece ativa. “Posturas como a desta gerente dificultam o sucesso de retomada da construção naval brasileira e demonstram que ainda há muita resistência interna na Petrobrás a ser vencida”, disse ele.

Na opinião do dirigente, há um desalinhamento entre as atividades desenvolvidas internacionalmente por gerentes da área de afretamento da Petrobras e as orientações do governo Lula, que vão no sentido de retomar encomendas de embarcações à indústria nacional, gerando riqueza no Brasil.

O coordenador-geral da FUP entende que a estratégia de compras lá fora precisa ser casada com investimentos e encomendas à indústria nacional, com a definição de uma política para o setor, como foi adotada no primeiro e no segundo governo Lula.

A feira Nor-Shipping é considerada um dos principais eventos marítimos internacionais e importante fórum global para a indústria do setor, e conta com a forte participação de brokers estrangeiros, corretores que atuam no fechamento de contratos. A apresentação da gerente de Contratos de Afretamento da Petrobrás incluiu orientações especiais aos armadores estrangeiros para se cadastrarem no sistema Petronet, para terem mais efetividade na disputa pelos contratos.

Fonte(s) / Referência(s):

Jornalismo AEPET
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