Os rumos da Petrobrás, a mudança climática e as imposições financistas
Pode a reestruturação organizacional da Petrobrás afastar a empresa de seu objetivo principal?
Pedro Pinho, presidente da AEPET, em seu artigo “Crítica à reestruturação organizacional da Petrobrás” lembra que “o objetivo fundante da Petrobrás é a pesquisa de petróleo (óleo e gás), sua produção, transformação em produtos derivados, distribuição e venda em todo território nacional, aos menores custos possíveis. E todos sabemos quão bem cumpriu este papel em 70 anos de existência.
A proposta aprovada pela nova gestão cria a Diretoria de Transição Energética e Energias Renováveis. O presidente da Petrobras Jean Paul Prates indica o Sr. Maurício Tolmasquim para nova Diretoria, que coordenará as atividades de descarbonização, mudanças climáticas, novas tecnologias e sustentabilidade e incorporará as atividades comerciais de gás natural, com o propósito de prepara a Petrobrás para a transição energética. Louvável.
Entretanto, é preciso entender o que está por trás do que se chama, mundialmente, de transição energética. É inegável que o planeta passa por mudanças climáticas, por diversas causas, entre elas os gases de efeito estufa. Mas as discussões sobre causas, efeitos e ações de combate só ganharam a dimensão atual depois que Estados Unidos e Europa perderam o acesso fácil à mais eficiente fonte primária de energia, os combustíveis fósseis (carvão, óleo e gás), na década de 1980. Porém, a transição energética não tem nas mudanças climáticas sua única fonte inspiradora, mais forte são os interesses financistas que dominam a economia global, onde não existem “mocinhos”, mas “bandidos” que detêm todas as armas.
O Acordo de Paris, criado em dezembro de 2015, tenta impor metas aos países para a redução drástica dos gases de efeito estufa, com dois marcos temporais importantes: 2030 e 2050. Com a primeira data já tão próxima, EUA e a Europa já sabem que será impossível cumprir os compromissos.
As chamadas energias renováveis ( solar, eólica, hidrelétrica e biocombustíveis), além de intermitentes, deveriam ser chamadas de potencialmente renováveis, pois dependem da energia de origem fóssil seja na construção dos moinhos eólicos, painéis solares, usinas hidrelétricas e da agricultura para os biocombútiveis.
Essa ênfase na transição energética, da energia limpa e “renovável, segundo Pedro Pinho, é o novo modelo colonizador, que os países europeus e os EUA adotaram para impedir o crescimento dos BRICS, das áreas mais pobres do mundo que, no entanto, dispõe de combustíveis fósseis e podem elevar, mais rapidamente, o melhor indicador de desenvolvimento socioeconômico, que é o consumo de energia per capita.
Por isso, é importante a Petrobrás reforçar seu papel na exploração e produção de petróleo e seus derivados, de fertilizantes e na oferta de gás natural para usinas termoelétricas. O que não a impede de promover pesquisas que criem novas tecnologias de produção de energia, garantindo o aumento do consumo per capita e a Soberania Nacional.
ENERGIZANDO
*Especialistas ressaltam a importância da fonte nuclear diante da atual situação energética do mundo
**Petrobrás investe US$ 5,2 bi em exploração de gás
https://monitormercantil.com.br/petrobras-investe-us-52-bi-em-exploracao-de-gas/
***Trabalhadores do campo e da cidade realizam ato pela reabertura da Fafen PR
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