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Perspectivas para o Pré-Sal: riscos e desafios do desmonte da Petrobrás

Em apresentação, no dia 10 de julho, para a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados,

Publicado em 15/07/2019
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o ex-engenheiro da Petrobras, ex-consultor legislativo do Senado Federal e consultor da AEPET, Paulo César Ribeiro Lima, traçou um panorama sobre o Pré-Sal diante das recentes movimentações na Petrobras.

Lima trouxe dados contextuais do setor de petróleo e gás brasileiro, como o fato de a Petrobras continuar a liderar o mercado e o governo nacional ter participação no setor inferior se comparada a que governos de potências como Noruega, EUA e Rússia têm em seus próprios países.

Entre as conclusões da apresentação, o ex-consultor argumenta que “com a privatização das refinarias, haverá grande elevação no custo de produção dos derivados. Para um valor do barril do petróleo a US$ 65, o custo médio de produção dos derivados para as refinarias da Petrobrás é da ordem de R$ 1,337 por litro. Se as refinarias forem privatizadas, o custo médio poderá aumentar para cerca de R$ 2,001 por litro. O aumento no custo de produção seria da ordem de 66,8%”. Segundo ele, o custo médio de produção no Brasil ficaria acima de países como os EUA, o que prejudicaria o comércio de quem produzisse por aqui. “A Petrobrás, ao contrário, mesmo incluídos outros dispêndios, como despesas de venda, gerais e administrativas, e financeiras, entre outras, que levaria o custo final do derivado a R$ 1,336 por litro, incluída a cadeia de exploração e produção, ainda permitiria uma margem de lucro de 20%”, diz ele.

Outros pontos destacados por Lima estão a “falta de uma política pública com foco no interesse público”, “ausência de regulação por custo de monopólios naturais e regionais”, e a “falta de transparência e de regulação do monopólio estatal”, salientando que o “problema nunca foi a Petrobras”.

Com relação especificamente ao Pré-Sal, o ex-consultor argumenta que o petróleo dessa camada possibilita “lucros empresariais muito altos”, de forma que “é importante tributar a renda ou a exportação quando o preço estiver alto”. Além disso, ressalta que o “refino e a autossuficiência são fundamentais para o Brasil”, contrariando as declarações correntes de que a Petrobras deveria focar apenas em extração. Se mudanças legislativas não forem feitas, de forma a fortalecer o papel da Petrobras com relação ao setor de petróleo e gás, Lima estima que haverá “perda de recursos dos Estados e Municípios”, podendo chegar a “R$338 bilhões”, enquanto que “da União pode ser de R$662 bilhões, apenas pelo fato de os royalties serem deduzidos da base de cálculo do IRPJ” (imposto de renda de pessoa jurídica).

Clique aqui para assistir ao vídeo da apresentação de Paulo César Ribeiro Lima

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