Petrobrás subestima reservas para justificar venda de ativos
Estatal renuncia ao papel histórico de alavancar o desenvolvimento
As reservas de petróleo brasileiras provadas, prováveis e possíveis (3P) cresceram 4% em 2017, totalizando 23,630 bilhões, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). No entanto, o geólogo Luciano Chagas, que é consultor na área de petróleo, avalia que as reservas provadas podem ser muito superiores, de acordo com as imagens sísmicas do pré-sal e as informações de poços já perfurados.
“Para tanto, basta que se agilite as delimitações das jazidas descobertas. Como a Petrobrás é detentora da maioria das acumulações a serem delimitadas, caberia a ela, principalmente, fazer suas reservas possíveis virarem provadas através da perfuração de novos poços, ao invés de buscar a alavancagem agora definida como 2, pois 2,5 será facilmente alcançável com petróleo a U$ 70.00 sem a venda de quaisquer ativos”, argumenta Chagas.
Para o geólogo, a Petrobrás vem abdicando de seu papel histórico de alavancar o setor industrial brasileiro e fomentar empregos em setores de maior valor agregado. “Nossa engenharia está definhando. Se a Petrobrás não tem este papel, quem teria?”, indaga, lembrando a razão da existência e da criação da maior empresa do país.
“A não ser que o Brasil e brasileiros prefiram ter petróleo advindo de empresas internacionais, como os dirigentes da Petrobrás estão buscando com a venda de ativos importantes. Esta é a pergunta que toda a sociedade deveria fazer nestes momentos conturbados que vivemos”, resume.
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