Pires desiste de presidir a Petrobrás, mas Bolsonaro insistiu no nome do lobista
No domingo, Rodolfo Landim já havia recusado a presidência do Conselho de Administração
Após vir à tona os relatórios internos da Petrobrás, indicando “conflitos de interesse”, o economista e lobista Adriano Pires teria comunicado ao Planalto, na manhã dessa segunda-feira, que abria mão da indicação à presidência da Petrobrás. No fim do dia, o governo afirmou que não recebera nenhum comunicado oficial de Pires.
Atualização às 21h: Adriano Pires envia carta e desiste oficialmente de presidir Petrobrás
A Assembleia Geral Ordinária que referendaria os novos nomes está marcada para o próximo dia 13.
Primeiro a pedir para sair, Rodolfo Landim é lembrado pela denúncia do Ministério Público Federal (MPF) em fundos de pensão da Funcef, Petro e Previ, que causou um prejuízo superior a R$ 100 milhões.
Mas, as nebulosidades de Landim não param por aí! De acordo com relatórios da Diretoria de Governança e Conformidade da Petrobrás sobre o histórico do executivo apresentados ao ministro Bento Albuquerque na última quarta-feira (30), Landim tem uma série de processos e acusações pendentes na Justiça que atestam sua relação com o empresário Carlos Suarez, sócio de distribuidoras de gás, e configurariam conflito de interesse caso ele assumisse. Colocariam, também, a imagem da Petrobrás em risco.
No caso de Adriano Pires, a conclusão que se chega no documento é que se o lobista assumir o cargo de presidente, terá "conflitos demais".
Acontece que Pires trabalha para empresas privadas do setor de petróleo e tem um longo histórico de relações com parlamentares. Ele é consultor não só de Suarez, mas também da associação do setor (Abegás), da Compass, concessionária de gás do empresário Rubens Ometto, e de diversas outras empresas do setor. É próximo, por exemplo, do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) e é sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Na presidência da empresa, Pires teria que decidir sobre contratos e disputas judiciais e teria acesso a todo tipo de informação confidencial. Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, desde domingo (03/04), Pires falava a pessoas próximas que cogitava desistir do cargo. Ele disse que só descobriu depois de aceitar a indicação que a política de integridade da Petrobrás não permite que seus executivos tenham parentes comercialmente ligados a concorrentes e parceiros comerciais. E para assumir a presidência da petroleira, Pires estava passando as ações da consultoria para o filho, Pedro.
Com informações da FNP
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