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Poços terrestres a preço de banana

Com investimentos, produção poderia quadruplicar

Publicado em 07/03/2018
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“A pergunta que não cala é dizer quanto tal venda representará, em percentuais para Petrobrás em termos de geração de caixa para uma alavancagem de 2,5 absolutamente desnecessária e processada de modo insano e selvagem.” A indagação é do geólogo e consultor Luciano Chagas sobre a decisão da atual diretoria da Petrobrás de privatizar cinco campos terrestres no Nordeste.

Segundo o site Petronotícias, a empresa iniciou a fase não vinculante referente aos processos de cessão da totalidade dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção em cinco conjuntos de campos terrestres: Polos Fazenda Belém, Macau, Sergipe Terra 1, Sergipe Terra 2 e Sergipe Terra 3, localizados nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Sergipe.

“Se considerarmos que os break evens dos ativos a serem vendidos na casa de U$45 a U$50, para um petróleo WTI na casa de  U$ 66, e que os pólos a ser vendidos são formados campos com poços antigos, onde serão necessários investimentos intensivos em recuperação terciária e quaternária, as ofertas a serem recebidas, se forem feita por companhias sérias, serão de valores pífios em termos reais, se estas buscarem a rentabilidade necessária a tais empreendimentos e realmente honrarem os passivos existentes (liabilities)”, prossegue Chagas, acrescentando que tais ativos só poderão ser atraentes se as proposições da ANP forem homologadas rapidamente.

“Tivéssemos gestores sérios na administração Pedro Parente, com ele incluso, estaríamos fazendo contratos de produção com empresas de pequenos a médio porte, nacionais, que poderiam vir ser os próximos compradores dos ativos, criando uma indústria petrolífera nacional de pequeno a médio porte. E eles seriam responsáveis pelos investimentos a serem realizados tendo em contrapartida parte substantiva do novo petróleo a ser produzido. Imagino que não faltariam financiadores para tais projetos.”

Enquanto isso, por falta de investimentos, os campos do nordeste brasileiro declinam as suas produções gerando desemprego em níveis assustadores na região, e inibindo as empresas que auxiliam a atividade, a maioria em estádio pré-falimentar, por falta de encomendas. Por exemplo a produção de óleo hoje na Bahia está na casa de 31 mil barris diário, quando tal número poderia ser de até 120 mil barril, se os investimentos forem realizados a contento.

“Todos falam maravilhados dos arenitos do Permiano dos USA que superam os shale Oil & gas em termos de produtividade enquanto nossos reservatórios arenosos, os principais, podem ter performances superiores, inclusive de ganhos econômicos. No País que todos opinam e pouco fazem o quadro esse, lamentável. Não temos nas estruturas do ministérios quadros aptos para equacionarem tais problemas e as estimativas que dispomos dos ativos são todas facilmente falseáveis por ainda não termos inventariado o nosso potencial.”

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