Presidente mexicano critica reforma energética do antecessor
O presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, criticou a reforma do setor de energia
que seu antecessor, Enrique Pena-Nieto, promulgou quando assumiu o cargo, dizendo que não resultou em aumento da produção de petróleo, mas apenas beneficiou empresas estrangeiras.
"Se não houver produção nos contratos (reforma de energia) que foram entregues, não podemos dizer que continuaremos com as concessões", disse Lopez Obrador, durante uma entrevista coletiva.
O governo Pena-Nieto concedeu mais de 100 contratos de exploração e produção a empresas privadas estrangeiras e à estatal Pemex, entre 2015 e 2018. O governo, como o atual, procurou reverter um declínio constante na produção de petróleo resultante do esgotamento natural e falta de novas explorações.
Em julho, a produção combinada dos campos cobertos pelas licenças concedidas pelo governo Pena-Nieto era em média de 85.000 bpd, dos quais apenas 10.000 bpd eram provenientes de campos operados por empresas privadas estrangeiras.
O governo Obrador está atualmente revisando os contratos celebrados durante o mandato anterior do governo, e os leilões de blocos de petróleo foram suspensos até a conclusão da revisão. No entanto, Lopez Obrador apostou na Pemex para mudar as coisas e prometeu que, no final de seu mandato, o México estaria produzindo 2,6 milhões de barris por dia, ante os esperados 1,78 milhão de barris este ano.
Para esse fim, o governo está investindo dinheiro na Pemex, que substituiu a Petrobrás como a empresa mais endividada do mundo. No início deste ano, o governo anunciou um pacote de ajuda de US $ 3,6 bilhões para o gigante do estado, incluindo refinanciamento da dívida e redução de impostos.
"O que estamos mostrando é que, se uma empresa estatal é gerenciada de maneira honesta e eficiente, ela produz e os lucros vão para o país", disse Lopez Obrador na entrevista coletiva.
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