Queda da produção é resultado da privatização de campos em produção
A Petrobras informa que, em julho, a sua produção total de petróleo e gás, incluindo líquidos de gás natural (LGN), foi de 2,60 milhões de barris de óleo equivalente
por dia (boed), sendo 2,50 milhões boed produzidos no Brasil e 102 mil boed no exterior.
A produção total operada da companhia (parcela própria e dos parceiros) foi de 3,30 milhões boed, sendo 3,17 milhões boed no Brasil.
Em relação ao mês anterior, houve uma redução, principalmente, em função da cessão de 25% da participação do campo de Roncador para a Equinor, ocorrido em 14 de junho, e da parada da plataforma de Mexilhão para inspeções de segurança e melhoria da infraestrutura de escoamento de gás do pré-sal.
A Petrobrás reconhece que a queda nos números tem ligação direta com a venda de sua participação em campos e poços de petróleo.
Atualmente, da produção total operada pela companhia, 21% já pertencem aos sócios da Petrobrás.
Com a aceleração dos leilões da ANP, a retirada do direito de operadora única no pré-sal da Petrobrás e a crescente participação das multinacionais do petróleo adquirindo direitos em áreas do pré-sal, projeta-se que o volume e a participação da produção entregue as multinacionais tende a crescer.
Em 15 de janeiro de 2018, a Petrobrás anunciou que repassava à Total os direitos de 35%, assim como a operação, do campo de Lapa no bloco BM-S-9A, no pré-sal da Bacia de Santos. A nova composição do consórcio passou a ser: Total como operadora (35%), Shell (30%), Repsol-Sinopec (25%) e Petrobras (10%). O campo de Lapa iniciou produção em dezembro de 2016, por meio do FPSO Cidade de Caraguatatuba, com capacidade de 100 mil barris por dia.
Em junho, a Petrobrás anunciou a transação referente à cessão de 25% de participação do campo de Roncador para a Equinor (ex-Statoil), Os números de Roncador ajudam a dimensionar sua importância dentro da carteira de ativos da estatal. O campo é o quarto maior do Brasil e representava cerca de 6,5% da produção total da Petrobras, com base nos dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Com a venda de 25% do ativo para a Equinor a estatal brasileira perdeu um volume
equivalente a 43 mil barris diários (segundo dados de julho, da ANP).
Também há o risco da privatização de até 70% dos 5 bilhões de barris sob o regime da Cessão Onerosa no pré-sal, projeto aprovado pela Câmara e em tramitação no Senado.
Clique aqui para infográfico sobre os 10 anos de produção no pré-sal
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