Rainha da sucata ? ? ?

Retomar as Políticas de Conteúdo Local (PCLs) é uma das bandeiras da AEPET, quanto ao papel da Petrobrás como indutora do crescimentos da economia, defensora da soberania nacional e capaz de distribuir a renda petroleira à maioria dos brasileiros.

Publicado em 21/12/2023
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Em artigo, Ariovaldo Rocha, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), refuta “as novas oportunidades para a indústria nacional" que o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, apresentou em artigo publicado no Globo, em 13 de dezembro.

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Para Prates, a grande contribuição da Petrobrás para a indústria naval brasileira seria a de propiciar a adequação para o descomissionamento “que é um conjunto de atividades associadas à interrupção definitiva das operações de unidades offshore — incluindo poços, plataformas e equipamentos submarinos — que estão no fim da vida produtiva, seguindo um caminho natural da indústria de petróleo e gás”.

Está correto o presidente da Petrobrás. A empresa tem que ter o compromisso de dar a destinação correta e sustentável a todos os equipamentos utilizados durante sua vida útil. Mas como alerta Ariovaldo Rocha, o descomissionamento relega aos estaleiros uma atividade de valor agregado ínfimo, incapaz de remunerar o investimento em instalações.

Retomar as Políticas de Conteúdo Local (PCLs) é uma das bandeiras da AEPET, quanto ao papel da Petrobrás como indutora do crescimentos da economia, defensora da soberania nacional e capaz de distribuir a renda petroleira à maioria dos brasileiros.

Rocha, em seu artigo, diz:

“A política atual de contrato único das plataformas levou à concentração excessiva de contratos com apenas um contratante cingapuriano que as executa na China e Cingapura e distribui migalhas em Angra dos Reis e Aracruz. Deixou todo o resto da indústria parada”.

Criadas ainda no governo FHC, as PCLs se fortaleceram no primeiro governo Lula, com a descoberta do pré-sal.

De acordo com estimativas da FIESP (2017), o valor bruto da produção industrial do setor de Óleo e Gás (O&G) aumentou de R$ 22,6 bilhões em 1999 (em valores de 2015) para R$ 63,3 bilhões em 2015, representando um crescimento real de 180,8%. Além disso, o valor bruto da produção industrial de toda a indústria de transformação teve um crescimento real de 854% no mesmo período.

O aumento dos investimentos no setor de O&G também impactou o crescimento do emprego nos setores relacionados à cadeia de suprimentos. Entre 1999 e 2015, o número de postos de trabalho gerados nos setores identificados como fornecedores de bens para a indústria de O&G aumentou de 42,3 mil para 108,6 mil, um crescimento de 156,6%, atingindo seu pico em 2013, com 128,4 mil trabalhadores. Nesse mesmo período, o crescimento do emprego na indústria de transformação foi de 65,4% (FIESP, 2017).

https://ensaioenergetico.com.br/a-politica-de-conteudo-local-na-industria-brasileira-de-og-licoes-da-experiencia/

Se houve erros no passado, e aconteceram, isso não significa que as PCLs devem ser extintas mas, sim, aperfeiçoadas.

E cabe ao governo e à direção da Petrobrás a determinação da volta efetiva das PCLs. Não o discurso enviesado de que o descomissionamento é alento à indústria naval.

Jornalismo AEPET
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