‘Responsabilidade fiscal’ torra quase R$ 700 bilhões
Com economia patinando, previsão de rombo para 2020 cresce 70%
Tanto no Ministério da Fazenda, quanto na Petrobrás, a dívida segue servindo de justificativa para venda de patrimônio e retirada de direitos dos brasileiros. No caso da dívida pública, o eterno "exugar de gelo" não é capaz sequer de disfarçar o fato de que a dívida continua crescendo.
Segundo o jornal Monitor Mercantil, apesar da melhoria na arrecadação da economia nos últimos meses, a equipe econômica manteve em R$ 139 bilhões a meta de déficit primário para o próximo ano. O valor consta da proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, enviada ao Congresso Nacional nesta quinta-feira.
Se confirmadas, a meta do ano que vem e a previsão para 2018, em cinco anos de equipes econômicas comprometidas com a “responsabilidade fiscal”, o governo terá gasto R$ 687 bilhões.
Em 2015, ainda no Governo Dilma, o déficit somou R$ 111 bilhões. Em 2016, com Temer no controle a partir de maio, foram R$ 154 bilhões. O rombo caiu um pouco em 2017, para R$ 124 bilhões. A estimativa no Orçamento para 2018 é de perdas de R$ 159 bilhões.
O déficit primário é o resultado negativo nas contas do governo sem o pagamento dos juros da dívida pública. O déficit nominal, que engloba os juros, foi de R$ 511 bilhões apenas no ano passado. Em 2016, foram R$ 563 bilhões. O rombo foi de R$ 613 bilhões em 2015. Apenas nestes três anos de “responsabilidade fiscal”, foi torrado R$ 1,7 trilhão.
Há dois dias, o novo ministro do Planejamento, Esteves Colnago, tinha afirmado que o governo estudava a redução da meta de déficit primário para 2019 por causa da melhoria da arrecadação nos últimos meses. O governo, no entanto, recuou e decidiu manter a meta no valor estipulado. “A ideia é não criar restrições desnecessárias para o próximo presidente”, disse Colnago, ao explicar a decisão.
O texto da LDO prevê déficit primário de R$ 110 bilhões para o Governo Central em 2020 e de R$ 70 bilhões para 2021. Originalmente, a LDO de 2018 estipulava déficit de R$ 65 bilhões para 2020. O valor para 2021 é inédito.
Fonte: Monitor Mercantil
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