filha do anterior chefe do Estado, José Eduardo dos Santos, do cargo de presidente do conselho de administração da Sonangol, nomeando para o seu lugar Carlos Saturnino,  que ocupava o cargo de secretário de Estado dos Petróleos, para ocupar a liderança da petrolífera estatal. Saturnino havia sido demitido pela própria Isabel dos Santos, que o acusou de  ser um péssimo administrador. Isabel deixa o controle  sobre a petrolífera angolana, mas ainda terá grande poder de influência nas economias portuguesa e  angolana. Ela formou um império econômico durante os anos em que esteve à frente da Sonangol.

Especialistas da economia portuguesa  dizem que enganam-se quem crê que a exoneração de Isabel dos Santos será sinônimo de um esvaziamento de seu poder e influência. A empresária mantém um autêntico império em Angola e em Portugal. As posições que controla estendem-se a setores como as telecomunicações e energia. Ela detém 15,24% do BCP – Banco Comercial Português e ainda o controle de várias  holdings.  Isabel dos Santos ainda detém posições em setores estratégicos da economia portuguesa. Com a empresária angolana no comando,  a Sonangol sempre se mostrou forte com a participação no BCP. Em meados de outubro ela pediu  autorização ao Banco Central Europeu para aumentar sua participação mais de 20 %  no BCP : “O BCP é um bom investimento. Os números falam por si.  A Sonangol comprou as ações a um preço baixo e já tivemos rendimento do nosso investimento. Acho que vamos manter a nossa posição acionista.”

Isabel dos Santos controla, em conjunto com a Sonae, a operadora NOS. A posição conjunta equivale a 52,15% do capital da empresa liderada por Miguel Almeida.  Controla metade da ZOPT,  através de participações na Unitel International Holdings, com sede na Holanda, e na Kento Holding Limited, com sede em Malta,   a outra metade é da Sonae. É a maior empresária do setor  português das telecomunicações. A  NOS detém a Lusomundo e 30% da operadora angolana Zap. Além disso, nas telecomunicações, a empresária controla 70% da Upstar, uma empresa sediada em Évora que presta serviços de satélite.   O restante capital desta companhia é detido pela NOS.

A influência de Isabel dos Santos estende-se também ao setor da energia. A  gigante Galp Energia, onde a empresária detém pouco mais de 33% através da Amorim Energia. Esta última é controlada em 55% pela família de Américo Amorim e a restante parcela pela Esperanza Holding. A Esperanza resulta de uma parceria entre Isabel dos Santos e a Sonangol. Neste setor, outra participação relevante está na Efacec Power Solutions. Isabel dos Santos controla cerca de 72,6% da empresa desde 2015, através da Winterfell 2 Limited, com sede em Malta.

Fonte: Petronotícias