Sanções à Rússia se viram contra a Europa
Empurrada pelo EUA, através da Otan, a Europa se meteu no conflito entre Rússia e Ucrânia,
defendendo este último. Além da cooperação com o envio de armas, a Europa acompanhou os EUA na aplicação de sanções econômicas à Rússia. Seis meses depois de iniciado, o conflito parece distante de um desfecho. E, se a Rússia não conseguiu se impor militarmente, não teve sua economia estrangulada.
Já os países europeus sofrem com seu próprio remédio, com os efeitos colaterais das sanções minando a economia, com uma inflação há tempos não vista e a iminência de um apagão energético no inverno que se aproxima.
Enquanto a Rússia segue vendendo seu petróleo e gás para países que não aderiram às sanções, principalmente China e Índia, a Europa está refém do gás disponibilizado pelos EUA e pelas gigantes petroleiras BP, Shell e Total. Só que todos estes fornecedores estão cobrando preços altíssimos, capazes de estrangular as empresas e deixar milhões de lares sem aquecimento.
No Reino Unido, por exemplo, estima-se um gasto de $ 6 mil libras anuais por residência em contas de energia (algo como R$ 36 mil, ou R$ 3 mil por mês!). A nova primeira ministra do Reino Unido diz que tem $160 bilhões de libras para enfrentar o quadro. Mas o histórico do Partido Conservador aponta para o repasse deste dinheiro para as empresas e não para os habitantes.
A Comunidade Europeia estuda medidas econômicas para minimizar o impacto destes preços na economia, enquanto abranda restrições ao uso do carvão e da energia nuclear para fazer frente aos desafios.
A Rússia mostra que detém uma avançada tecnologia militar e está longe de ser derrotada pelos mecanismos econômicos do imperialismo comandado pelos EUA, e está próxima de impor a derrota do unilateralismo financeiro para o plurilateralismo.
O inverno que já provou sua força na Segunda Guerra parece assustar mais os europeus que os russos.
ENERGIZANDO
* Rússia: todas as tentativas de governar o mundo estão fadadas ao fracasso
Moscou acusa o “ocidente liberal-totalitário” de tentar impor uma ordem mundial neocolonial
https://www.rt.com/news/562431-russia-china-totalitarian-west/
** China está comprando agressivamente GNL russo barato
A Rússia está vendendo gás natural liquefeito do projeto Sakhalin-2 com 50% de desconto e a empresa operadora, uma nova entidade estatal, ainda está lucrando.
https://oilprice.com/Energy/Energy-General/China-Is-Aggressively-Buying-Up-Cheap-Russian-LNG.html
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