TotalEnergies pretende investir US$ 10 bilhões na costa do Suriname
Enquanto a empresa francesa corre para extrair já em 2028, Petrobrás ainda não tem licença ambiental para pesquisar na margem equatorial
Enquanto a Petrobrás aguarda a autorização do Ibama para iniciar os estudos exploratória na Margem Equatorial Brasileira, a francesa TotalEnergies está se preparando para tomar uma decisão final de investimento de mais de US$ 10 bilhões para um grande projeto de exploração de petróleo e gás na costa do Suriname, observa o sucesso da Exxon na vizinha Guiana, informou a Reuters na segunda-feira (30), exclusivamente, citando fontes não identificadas.
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No início de setembro, a TotalEnergies anunciou o lançamento de estudos de desenvolvimento para o projeto no Bloco 58, na costa do Suriname, onde a empresa é operadora com 50% de participação, juntamente com a APA Corporation.
A avaliação das principais descobertas de petróleo de Sapakara Sul e Krabdagu no Bloco 58 foi concluída em agosto de 2023, quando a TotalEnergies testou três poços e confirmou “recursos recuperáveis combinados próximos a 700 milhões de barris para os dois campos”.
“Essas reservas, localizadas em profundidades de água entre 100 e 1.000 metros, serão produzidas por meio de um sistema de poços submarinos conectados a um FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência) localizado a 150 km da costa do Suriname, com capacidade de produção de petróleo de 200.000 barris por dia”, disse a TotalEnergies em um comunicado à imprensa de 13 de setembro, com a primeira produção prevista para 2028.
Este seria o primeiro projeto de desenvolvimento de petróleo e gás do Suriname, colocando-o oficialmente no mapa de jogadas offshore.
Na semana passada, o chefe da estatal Staatsolie do Suriname disse que era “altamente provável” que a empresa conseguisse levantar os fundos necessários para adquirir uma participação de 20% no projeto, informou a Reuters.
O Suriname, que atualmente bombeia 16.000 barris por dia, espera que suas águas territoriais possuam os recursos de hidrocarbonetos para suportar um boom de petróleo na escala daquele que está sendo desfrutado pela Guiana. Isso não apenas resolveria a crise econômica do Suriname, mas também tiraria o pequeno país de menos de 700.000 habitantes da pobreza.
Já em reunião preparatória do G20 em Foz do Iguaçu, a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não dá prazos para a decisão do Ibama. “Licenciamentos são processos técnicos. A área técnica tem seu tempo necessário para fazer a análise e as manifestações em bases técnicas. É assim que ocorre em um governo republicano” disse Marina.
Com informações da Reuters, oilprice.com e Petronotícias
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