I Seminário dos Aposentados e Pensionistas mostra que mobilizações são fundamentais para enfrentar os ataques da Petrobrás
Siqueira: "Petrobrás deve R$ 43 bilhões à PETROS"
No segundo e último dia do I Seminário de Aposentados e Pensionistas, organizado pelo Sindipetro-RJ, no hotel Atlântico Prime, Centro do Rio, foram realizados painéis sobre um tema bem sensível para a categoria petroleira: Petros
Petros: serviços
Pela manhã o painel inicial contou com participação das representantes da Petros, Isadora Allende e Daniele Lopes que apresentaram, inicialmente, como funcionam os serviços de atendimento presencial e virtual para os participantes dos planos Petros, explicando sobre as ferramentas para acesso remoto. Segundo as representantes, o site e o aplicativo possuem uma navegação intuitiva direcionada para os idosos que tenham alguma dificuldade com o manuseio de ferramentas digitais.
Benefícios dos planos Petros
Nesta etapa da apresentação, o painel mostrou como funcionam os planos para os aposentados e pensionistas dos planos PPSP, indicando as configurações dos planos PPSP1- Não Repactuados; PPSP2 Pactuados e PPSP3 – CD, explicando como funciona habilitação para a previdência complementar, aposentados e pensionistas, pagamento de pecúlio, indicação de beneficiários, entre outros pontos.
Dívida da Petrobrás com o Plano Petros e Equacionamentos
Na sequência, o advogado Luiz Fernando Cordeiro fez um relato dos encaminhamentos jurídicos dados pelo Sindipetro-RJ nas liminares e ações coletivas contra os equacionamentos do plano PPSP1, em favor de participantes e assistidos.
Proposta alternativa para acabar com os PEDs
O engenheiro Fernando Siqueira, diretor da AEPET, apresentou um painel em que falou sobre a construção de uma proposta alternativa para o fim dos PEDs, em que está debruçado, para os próximos dias, quando irá encaminhar o documento para a direção da Petrobrás. Segundo Siqueira, a sua proposta é uma alternativa ao plano que está sendo apresentado pela Comissão Quadripartite que está sendo divulgado.
Siqueira disse que existem dois blocos de dívidas da Petrobrás para com o fundo Petros. Um de R$18 bilhões e outro de R$25 bilhões, totalizando um montante atualizado de R$ 43 bilhões. Segundo o diretor do AEPET o primeiro montante foi gerado em 1996, com o chamado “Sopão”, um programa de incentivo à aposentadoria pela gestão da Petrobrás no governo FHC. Ainda no bojo deste montante foram incluídos os chamados investimentos furados da Petros, destacando-se o investimento na Sete Brasil, uma empresa privada criada pela Petrobrás que foi criada para a construção sondas de perfuração em alto mar que levou R$1,3 bilhão do fundo Petros.
O outro montante, conforme afirmou Fernando Siqueira, é oriundo de gestões temerárias que passaram pela Petros, citando o período de Walter Mendes, que criou o chamado PED assassino em 2015, levando mais de um ano para aplicá-lo.
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Migrar ou não migrar? Eis a questão?
Este painel contou com participação de Silvio Sinedino e Vinícius Camargo, respectivamente conselheiros fiscal e deliberativo da Petros, sendo este último diretor do Sindipetro-RJ e da FNP, lembrando que Sinedino também é conselheiro fiscal do Sindicato.
“Defendi uma posição contra a migração que só interessa à Petrobrás. Os participantes e assistidos precisam ser livres das responsabilidades trazidas pelos Planos BD. A Petrobrás que evitar custosas derrotas na Justiça através de Acordos favoráveis nas Ações Coletivas, querendo extinguir as Ações Judiciais dos migrantes. A migração significa quebrar o mutualismo dos PPSPs, com o custo da quebra bancado pelos “ficantes”. A maioria dos PEDs é de responsabilidade da Petrobrás. Petrobrás pague suas dívidas!”, sintetizou Sinedino.
Já o diretor do Sindipetro-RJ/FNP e conselheiro deliberativo da Petros, Vinícius Camargo fez uma exposição sobre a evolução da conjuntura política e jurídica que envolve o tema da previdência fechada e direitos de aposentadoria no Brasil, pontuando recorrentes alterações legislativas e decisões judiciais cada vez mais restritivas e lesivas à retomada e recomposição de direitos (a cobrança das dívidas).
De fato, explicitou que a atual aliança política que está no poder apesar de, no momento estar negociando uma migração com uma ampla transação judicial e respectiva contrapartida, contribuiu para conformar o atual quadro, mas pretende um tratamento diferente do bolsonarista de terra arrasada, dado o fato da oferta do Governo Bolsonaro do plano Petros-3 – um CD-puro, sem paridade das Patrocinadoras, com a abdicação de todas as ações judiciais e pagamento o PED à vista, fatos que consolidaram todas as lesões que se deram contra os planos em toda a sua história, por não haver nenhuma contrapartida.
Sobre os trabalhos finais da Comissão Quadripartite formada pelas federações petroleiras (FNP, FUP, Conttmaf), Petrobrás, Petros, SEST e Previc e a AMBEP, ele abordou a proposta de criação de um novo plano de previdência complementar, conforme as 16 premissas que foram discutidas no GT Petros, definidas por consenso no Seminário realizado pelas entidades do Fórum e discutidas tecnicamente pela PREVIC e a SEST na Comissão Quadripartite.
Vinicius falou sobre o plano que é caracterizado como Contribuição Definida (CD), mas com garantias semelhantes aos dos planos de Benefício Definido (BD), ou seja, os PPSPs pós-70. Entre os pontos-chave estão:
– Renda vitalícia corrigida anualmente pelo IPCA;
– Fundo Garantidor de Benefício Continuado (FGBC);
– Pensão por morte;
– Abono anual (13° benefício);
– Benefício inicial da conta individual calculado de acordo com a reserva matemática individual (RMI) do plano de origem (PPSPs);
– Acréscimo no valor do benefício inicial decorrente do acordo judicial pago pela patrocinadora (Petrobrás);
– Paridade contributiva da patrocinadora Petrobrás com os participantes no FGBC enfrentando riscos de potenciais novos déficits;
– Plano saldado e fechado para novos participantes.
Ainda, relatou que, diversamente da repactuação, devido ao atual nível de imunização dos patrimônios dos PPSPs e ao contrato de dívida e respectiva garantia a serem firmados a partir da migração e respectiva ampla transação judicial poderemos ter, de partida, um patrimônio que assegure e esteja alinhado à necessidade dos pagamentos no tempo, inclusive, os respectivos reajustes anuais. Também, por isso, há uma vantajosidade para a Patrocinadora de uma maior previsibilidade das obrigações ao longo do tempo, com uma redução dos riscos para as partes.
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