Os preços do petróleo deverão cair para menos de 60 dólares no próximo ano
O excesso de oferta é causado principalmente pelo fraco crescimento da demanda global, combinado com o aumento da oferta tanto de produtores da OPEP+ quanto de produtores não pertencentes à OPEP+.
Os preços do petróleo deverão ficar, em média, abaixo de US$ 60 por barril no próximo ano, segundo as últimas projeções de bancos de investimento divulgadas nas últimas semanas.
Em 2026, tanto o petróleo Brent quanto o WTI deverão cair dos atuais US$ 63 e US$ 60 por barril, respectivamente, à medida que o excesso de oferta emergente sobrecarregar o mercado, afirmam analistas.
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Fatores geopolíticos certamente influenciarão o preço do petróleo no próximo ano, e estes estarão centrados na Venezuela, Rússia e Irã.
Apesar das muitas incertezas geopolíticas, a Administração de Informação Energética dos EUA (EIA) e os bancos de Wall Street estão analisando os fundamentos e permanecem pessimistas em relação ao petróleo para o próximo ano, prevendo que os preços ficarão em média abaixo de US$ 60 por barril em 2026.
A EIA (Administração de Informação Energética dos EUA), em sua mais recente Perspectiva Energética de Curto Prazo (STEO, na sigla em inglês), prevê que os estoques globais de petróleo continuarão a aumentar até 2026, pressionando os preços do petróleo para baixo nos próximos meses. A EIA projeta que o preço do petróleo Brent cairá para uma média de US$ 54 por barril no primeiro trimestre de 2026 e para uma média de US$ 55 por barril durante todo o ano de 2026. Mesmo assim, a previsão da EIA para o Brent em 2026 é US$ 3 por barril superior à da previsão do mês anterior, devido ao aumento dos estoques na China e à intensificação das sanções contra a Rússia.
“Primeiro, agora avaliamos que as compras contínuas de petróleo pela China para formação de estoques estratégicos exercerão uma pressão de alta sobre os preços do petróleo maior do que prevíamos anteriormente. Segundo, esta previsão reconhece que a recente rodada de sanções ao setor petrolífero russo pode resultar em uma produção de petróleo menor no próximo ano do que a que estamos prevendo atualmente”, afirmou a EIA.
O Macquarie Group também prevê preços mais baixos do petróleo no próximo ano, mas observa que as sanções à Rússia, a incerteza em relação à Venezuela e o inverno rigoroso dos EUA podem desacelerar a queda dos preços.
Analistas do Macquarie acreditam que a OPEP+ terá que implementar cortes na produção no segundo semestre de 2026 para estabilizar o mercado em meio a uma queda esperada nos preços, de acordo com a última previsão trimestral do banco, divulgada pela World Oil.
O ABN AMRO Bank afirmou em seu relatório Energy Market Outlook 2026 que o fraco crescimento da demanda global e o aumento da oferta da OPEP+ e de países não pertencentes à OPEP+ resultaram em um mercado com excesso de oferta. Os preços não despencaram devido aos esforços de estocagem da China e às incertezas geopolíticas, disse Moutaz Altaghlibi, economista sênior de energia do ABN AMRO Bank.
“Em suma, prevemos que o excesso de oferta — causado pelo crescimento mais fraco da demanda e pelo aumento da oferta — persistirá ao longo de 2026, com seu impacto pressionando os preços do petróleo bruto para baixo de forma constante”, disse Altaghlibi.
A ABN AMRO prevê que o preço médio do petróleo Brent será de US$ 58 por barril no primeiro trimestre de 2026, caindo gradualmente para US$ 52 por barril à medida que o excesso de oferta se agrava, e chegando a US$ 50 por barril até o final do ano, com uma média anual de US$ 55 por barril.
Ole Hvalbye, analista de commodities do banco SEB, afirmou na semana passada: "Continuamos a ver a trajetória de menor resistência inclinada para baixo".
"A crescente tensão entre Washington e Venezuela está adicionando um pequeno prêmio geopolítico, embora não o suficiente para compensar o cenário baixista mais amplo de aumento da oferta e um mercado cada vez mais sujeito a excedentes", disse Hvalbye.
Outros bancos e analistas concordam que o excesso de oferta será o tema central dos fundamentos no próximo ano.
O excesso de oferta nos mercados manterá os preços do petróleo sob pressão no próximo ano, e o preço médio do barril nos EUA ficará abaixo de US$ 60, segundo pesquisa mensal da Reuters com analistas e economistas divulgada no final de novembro.
O preço médio do barril de petróleo WTI deverá ser de US$ 59 em 2026, e o do Brent, referência internacional, deverá ficar em torno de US$ 62,23 no próximo ano, abaixo da previsão de US$ 63,15 feita na pesquisa da Reuters em outubro.
O Goldman Sachs prevê um grande excedente no mercado, com o petróleo bruto WTI estimado em uma média de US$ 53 por barril em 2026.
O mercado de petróleo deve se reequilibrar em 2027, já que 2026 representará "a última grande onda de oferta de petróleo que o mercado terá que absorver", disse Daan Struyven, co-chefe de pesquisa global de commodities do Goldman Sachs, à CNBC no mês passado.
Os fundamentos apontam para preços mais baixos do petróleo no próximo ano, mas choques geopolíticos espreitam no horizonte, da Rússia à Venezuela.
Uma perda na produção de petróleo venezuelana, em caso de intervenção militar dos EUA, impactará materialmente os preços de referência globais, já que o mercado terá que substituir o petróleo bruto pesado da Venezuela — a maior parte das exportações de petróleo bruto de Caracas, segundo a Rystad Energy. Um potencial aperto no mercado global de petróleo bruto pesado poderia elevar o preço da referência de Dubai em relação ao Brent da ICE, à medida que a China se esforçará para substituir os barris venezuelanos perdidos, disseram os analistas na semana passada.
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