A decisão da Petrobrás (PETR4) de pagar dividendos extraordinários levou a estatal novamente ao primeiro lugar na lista de empresas brasileiras abertas (com ações na Bolsa de Valores) em pagamentos de rendas aos acionistas no primeiro semestre de 2024.

“Ao analisarmos o volume total de proventos pagos no primeiro semestre do ano, encontramos a Petrobrás reassumindo a primeira posição que até então vinha sendo ocupada pelo Itaú Unibanco, que apresentou um desempenho extraordinário em pagamento de proventos no início de 2024”, explica Wendell Finotti, CEO da Meu Dividendo.

Além disso, a Petrobrás ficou atrás apenas da Comgás em valores pagos de proventos por ação. Com um valor por ação de R$ 12,08 para suas ações preferenciais e R$ 10,93 para as ordinárias, a Companhia de Gás de São Paulo alcançou um Dividend Yield (DY, índice que mede a rentabilidade dos dividendos de uma empresa em relação ao preço de suas ações) de 10,72%, com base na cotação do ativo em 25 de junho.

A Petrobrás aparece na segunda posição, com valor pago de R$ 4,27 por ação (PETR3 e PETR4). Banco do Nordeste (BNBR3) vem em terceiro, com R$ 3,16, e Vale (VALE3) fica com a quarta posição, com R$ 2,74.

A Meliuz (CASH3) aparece com um valor de R$ 2,41 de proventos pagos por ação, mas esse valor não é proveniente de lucro em suas operações, mas de uma operação de redução do seu capital social onde este valor foi devolvido aos seus acionistas.

MAIORES PAGADORAS – VALOR POR AÇÃO

As empresas na Bolsa de Valores (B3) pagadoras de dividendos já distribuíram no primeiro semestre de 2024 o equivalente a 74,58% do total de proventos pagos durante todo o ano de 2023. Nos últimos 7 anos (2017–2023), 54% do total de proventos foram pagos no segundo semestre do ano.

Os dados são da plataforma Meu Dividendo, que oferece o serviço exclusivo de antecipação de proventos. “É um resultado estatístico animador, o que remete para uma grande possibilidade de alcançarmos em 2024 um possível recorde de pagamentos de dividendos”, afirma Finotti.

MAIORES PAGADORAS – VALOR TOTAL DISTRIBUÍDO

Segundo a plataforma, esse recuo percentual se deve ao grande volume de dividendos e remuneração aos acionistas pagos pela Petrobras no período, mas já sinaliza ser momentâneo, uma vez que o maior volume de dividendos é registrado tradicionalmente no primeiro semestre, quando as empresas anunciam os resultados do ano anterior e seguem a sua política de distribuição de dividendos.

A proporção JCP versus dividendos tende a manter os patamares conquistados em 2023, quando esta proporção chegou a 49% do total dos proventos pagos no total do ano, sofrendo grande elevação a partir do segundo semestre, dadas as alterações nas regras promovidas pelo Congresso Nacional em dezembro de 2023, que determina que não é mais permitido às empresas que realizem o planejamento tributário e distribua em anos fiscais posteriores JCP referente a exercícios anteriores.

Prazo médio de pagamento de dividendos sobe

O prazo médio no pagamento dos proventos apresentou uma elevação significativa no mês de junho, registrando 99 dias em média para que os investidores recebessem seus proventos desde a DataCom (data que o investidor precisa deter a ação para fazer jus aos proventos) até a data de pagamento. Um grande salto, dado que o prazo médio registrado na média do primeiro semestre de 2024 foi de 57 dias.