Na segunda-feira, após qualificar como “injustificadas e irresponsáveis” as críticas dos Estados Unidos e da União Europeia por importar petróleo russo, o Governo da Índia – um dos países fundadores do Brics – esnobou as ameaças dos EUA.

O Ministério das Relações Exteriores da Índia explicou que Nova Deli começou a “importar (petróleo) da Rússia porque os suprimentos tradicionais foram desviados para a Europa após a eclosão do conflito”. As importações da Índia “têm como objetivo garantir custos de energia previsíveis e acessíveis para o consumidor indiano” e “são uma necessidade imposta pela situação do mercado global”.

Além disso, o governo indiano lembrou que as mesmas nações que o criticam “estão negociando com a Rússia”. O comércio entre a Europa e a Rússia inclui, além de energia, fertilizantes, produtos de mineração, produtos químicos, ferro e aço, maquinário e equipamentos de transporte. Quanto aos Estados Unidos, o Ministério indiano observou que eles continuam a importar da Rússia hexafluoreto de urânio para sua indústria nuclear, paládio para sua indústria de veículos elétricos, fertilizantes e produtos químicos.

“Como qualquer grande economia, a Índia tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar seus interesses nacionais e sua segurança econômica.”

Tal como o Brasil – outro fundador do Brics – a Índia poderá ver os EUA imporem as maiores alíquotas de importação. Trump também ameaça com sanções países que continuarem a manter comércio com a Rússia – sim, o “R” do Brics – ignorando as transações comerciais entre russos e estadunidenses.

Não há margem para dúvidas: na Briga EUA x Índia, o petróleo é pretexto para atacar o Brics.