Política industrial é coisa de país subdesenvolvido, condenada pelos países desenvolvidos, certo? Nem tanto, se olharmos para o gráfico acima. O número de intervenções por ano dos Estados vem crescendo especialmente nas nações mais avançadas.
O artigo “A política industrial pode aumentar a produtividade, mas acarreta riscos e concessões”, dos economistas Shekhar Aiyar e Mehdi Benatiya Andaloussi, do Fundo Monetário Internacional (FMI), discute os ganhos e alerta para cuidados essenciais.
A política industrial, como é conhecida, é utilizada para diversos fins, incluindo o aumento da produtividade, a proteção de empregos na indústria, o aprimoramento da autossuficiência e da resiliência das cadeias de suprimentos, e o desenvolvimento de indústrias nascentes para diversificar a economia. No setor energético, por exemplo, alguns países têm utilizado a política industrial para reduzir a dependência da importação de petróleo e gás.
Aiyar e Andaloussi
Os autores reconhecem que “essas políticas podem impulsionar as indústrias nacionais e transformar a estrutura da economia”. No entanto, sendo do FMI, destacam que “os ganhos não são garantidos e podem ter custos — tanto para os orçamentos governamentais quanto para a eficiência econômica”.
Segundo o texto, “essas políticas industriais acarretam importantes contrapartidas: os consumidores podem enfrentar preços mais altos por um período prolongado e os governos podem incorrer em custos orçamentários substanciais”.