
Nasceu o monstro
A crise econômica e de valores em que está atolado o apodrecido capitalismo brasileiro, já há algum tempo, fez vir à tona um monstro que est
A crise econômica e de valores em que está atolado o apodrecido capitalismo brasileiro, já há algum tempo, fez vir à tona um monstro que estava em gestação no ventre dessa sociedade desigual e impiedosa: uma direita antidemocrática, violenta, de baixo nível intelectual, que pretende chegar ao poder com a ajuda dos meios de comunicação concentrados nas mãos de ávidos grupos mercenários, a exemplo da Rede Globo.
No meio empresarial esse monstro conta com o suporte de grupos empresariais, cujo catecismo é o neoliberalismo fundamentalista e, contraditoriamente, antidemocrático, que vê no mercado desregulado e invasivo da esfera pública a solução dos problemas sociais e de crescimento econômico do país.
Essa direita se ocultava no ventre do PSDB e estava contida no âmbito da burocracia estatal (setores do Judiciário, da Polícia Federal, do Executivo e do Legislativo) em seu segmento melhor remunerado e, supostamente, melhor formado intelectualmente.
A chegada ao poder de forças sociais mais representativas da classe trabalhadora, com os governos do PT, possibilitou a reorientação da ação governamental em favor da elevação do status econômico e social deste segmento social. Criou-se, assim, o ambiente propício à fecundação do monstro da extrema direita junto a esses segmentos que se sentem atemorizados de perder seus privilégios pela ascensão social dos mais pobres.
Este monstro, desenvolveu-se, adquiriu musculatura, rebelou-se contra seus progenitores e, agora, pretende dominar o poder e realizar seus desígnios nitidamente contrários ao aprofundamento de uma democracia social no país.
A presença na liderança das ações dessa direita de figuras humanas estranhas como o capitão Jair Bolsonaro e o General Mourão, destituídas de qualidades intelectuais e de valores minimamente aceitáveis numa sociedade moderna e democrática, são uma indicação muito clara dos perigos que rondam nosso futuro.
O discurso do combate à corrupção manipulado e potencializado pelos meios de comunicação, caiu como uma luva no fortalecimento da musculatura do monstro. Esse Frankstein, entretanto, mostra-se incapaz de formular ideias consistentes e articuladas sobre o meio em que vive e o ideário que o move nada tem de original, pois alimenta-se de ressentimentos, ódios e da afirmação dos instintos mais baixos e mais negativos da sociedade.
Grupos empresariais de direita sonham em aproveitar-se do monstro para aprofundar a realização de reformas neoliberais visando atender seus anseios de destruição dos direitos da classe trabalhadora e privatização de atividades essenciais do Estado, como meios para aumentar seus lucros e concentrar ainda mais a riqueza. Para tanto, financiam suas atividades e colocam a sua disposição os meios de comunicação e a assessoria técnica necessários
As discriminações racial, de sexo, de crenças, sociais e a pregação aberta da violência contra os semelhantes constituem as motivações que movem as ações do ser monstruoso. Este ser precisa ser combatido e neutralizado sob pena, de uma vez instalado no poder, levar à destruição da sociedade que o abriga, a exemplo do ocorrido com o Nazismo na Alemanha de Hitler.
Brasília, 20 de setembro de 2018.
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