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Sergio Xavier Ferolla

Um mundo em transformação

estimulando tresloucada volúpia consumista, impactos profundos reverberarão na vindoura realidade econômica e social, após a pandemia causada

Publicado em 08/09/2020
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estimulando tresloucada volúpia consumista, impactos profundos reverberarão na vindoura realidade econômica e social, após a pandemia causada pelo “Corona virus”.

 Nos últimos 50 anos, uma conjunção de interesses econômicos, financeiros e políticos, tem predominado em todos os continentes. Lastreada num modelo liberal e rentista, propiciou destacada participação do capital e de empresas transnacionais no parque produtivo dos países em desenvolvimento.

 Limitando a inteligência local na geração de produtos mais adequados aos mercados domésticos, as empresas transnacionais contribuíram para o aumento das assimetrias sociais, ao direcionarem seus processos produtivos para maximizar lucros e interesses corporativos nas suas matrizes. Com tal posicionamento, as mãos humildes do operariado acabam mobilizadas para a fabricação de itens destinados à integração dos produtos, no exterior.

 Nesse perverso contexto de serviçais dos grandes conglomerados, os países periféricos se tornaram importadores de bens finais e ou de subconjuntos para produtos parcialmente licenciados.

 Além do desequilíbrio nas transações comerciais, barreiras tecnológicas têm sido levantadas contra as empresas nacionais que, com relativa e autônoma capacitação, apresentam vantagens para competir no mercado internacional. Além desses inaceitáveis óbices, contra a agroindústria são proclamadas aleivosias sobre descontrole sanitário e agressão ao meio ambiente, orquestradas para limitar o acesso aos mercados do Norte e Ocidente.

Um chocante exemplo, desse predatório e injusto liberalismo globalizado veio a público quando, pelos caprichos do destino, um bilhete foi encontrado numa embalagem de calça “jeans”. Por ser o comprador e, casualmente, curioso jornalista, a mensagem na escrita chinesa estimulou a busca de quem assinara aquele pedacinho de papel. Surpreso, acabou encontrando uma jovem e modesta trabalhadora.

Sob reservas ela lhe falou do exaustivo e mal remunerado trabalho em sua equipe. O tamanho das vestimentas aguçara sua curiosidade sobre os possíveis usuários, de grande estatura em relação ao seu povo. Num lance ousado e perigoso, anexou o bilhete ao distante desconhecido, como uma garrafa lançada ao mar por um náufrago.

 Imprevisíveis caprichos do destino sempre estarão presente no seio da humanidade, como ocorre nos dias atuais sob a forma de pandemia da Covid19. Os  abalos nos fundamentos do receituário liberalizante e globalizado, estão levando analistas idôneos a estudar futuros caminhos para o capitalismo. Não discutem sua validade, mas seu comprometimento pela inoperância de normas, capazes de coibir a especulação financeira e as ações em detrimento dos Estados mais frágeis. Além do mais, os abusos perpetrados foram de tal abrangência, a ponto dos malefícios se refletirem entre os mais desenvolvidos.

Deflagrada a crise, todos testemunham o mercado em retração e quedas expressivas nas cotações das bolsas de valores. Renomadas empresas enfrentam a interrupção das linhas de produção, pela falta de peças essenciais produzidas na China e recantos do globo. Por incrível que possa parecer, às fábricas paralisadas ainda se somam carências de equipamentos hospitalares para unidades de tratamento intensivo, medicamentos, luvas e máscaras cirúrgicas para proteção individual (EPI).

Nessa conjuntura plena de ações emergenciais, a disputa por produtos indispensáveis à segurança sanitária têm motivado litígios entre emergentes ansiosos e desenvolvidos, cujas ações ferem a estabilidade do mercado. Esse choque de realidade, torna evidente os levianos procedimentos, quando delegaram fabricação e fornecimento de produtos sensíveis aos exploradores da mão de obra barata.

 Na economia, a busca de alternativas para enfrentar a crise sistêmica, tem conduzido bancos centrais e governos de potências industriais a violar seus endeusados paradigmas do mercado. Não só injetam recursos financeiros bilionários nas empresas estratégicas, como formulam  hipóteses de estatização para superar a debacle fatal.

Tão nebulosos horizontes alertam que a sociedade precisará reformular modelos, além das ideologias, vínculos históricos e princípios religiosos. Neles deverão agregar ao desenvolvimento, benefícios do bem estar social. Nesses novos caminhos, os países mais desenvolvidos redirecionariam recursos para a economia real. Em seus territórios, restringindo a especulação financeira, prestigiariam empresas e preservariam postos de trabalho. Tal modelo, de uma economia alinhada com justiça social, será opção obrigatória nas nações em desenvolvimento.

Apesar das incertezas do futuro, tudo indica que por razoável período não haverá espaço para comportamentos hegemônicos e forjadas guerras comerciais. Assim, nações democráticas e afastadas dos radicalismos, num idealizado contexto multipolar, a paz social motivaria justa reciprocidade entre países e regiões. No respeito e subordinação aos soberanos Acordos internacionais, os povos exaltariam as liberdades, no comércio, na cultura e na religião.

Tenente Brigadeiro Sergio Xavier Ferolla
Ministro Ap. do Superior Tribunal Militar

Transcrito de A VOZ DO POVO, de Bom Jesus do Itabapoana (RJ)

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