Venezuela: Coxinhas, acordem! Vocês estão sendo enganados

A Venezuela possui muito petróleo e está localizada aqui, nas Américas do Brasil e dos EUA. Aliás, nas nossas fronteiras, um grande privilégio. E é governada, hoje, por um governo não alinhado aos EUA e que chegou a ser irmão de sangue do Brasil. Os EUA querem petróleo, aliás, querem todo tipo de riqueza no mundo, e não abrem mão. Quando não possuem essa riqueza disponível em condição vantajosa, fazem tudo para conseguir a vantagem: Derrubam governos, declaram guerras que destroem os países e matam milhares de pessoas. Tem sido assim nos últimos 70 anos: 38 guerras e uma quantidade maior de governos derrubados. Um império cruel que destronou os romanos do reino da crueldade.

Mas, os EUA não podem fazer isso abertamente: Desembarcarem no país e declararem guerra ou, simplesmente, dizerem: Mudem o governo. É preciso disfarçarem um pouco perante a opinião pública: A população e organismos mundiais, inclusive a ONU que não admite ingerência interna de um país sobre o outro, e os próprios cidadãos americanos (Muitos não apoiam essas ações beligerantes). Então, os governos americanos, sem exceção, têm criado falsas justificativas: Para declararem guerra, invadirem e destruírem o Iraque alegaram que o país era governado por um ditador, Saddam Hussein, e que dispunha de armas químicas, quando a própria CIA havia afirmado que não. Não interessa se possuía ou não. Saddam é um ditador não amigo (Se fosse amigo, sem problema) e o país possui petróleo. O país foi destruído e continua destruído e vive em regime de guerra até hoje.

A Venezuela é caso semelhante. De repente, Maduro foi marcado de ditador não amigo, não há democracia na Venezuela, há corrupção e tudo o mais. Com seu poder econômico e beligerante, os EUA cooptaram os países vizinhos, incluindo o Brasil de Temer e Bolsonaro, criaram uma situação econômica insustentável no país, colocaram toda a mídia ocidental para fazer lavagem cerebral na população e, assim, o palco está montado para derrubar o governo ou declarar guerra. Tudo pela democracia e pelo progresso do país e, obviamente, pela posse do petróleo venezuelano.

E, onde entram os nossos “coxinhas” nisso tudo? Os “coxinhas” acreditam nisso. Acreditam que Maduro é um ditador e não, apenas, um presidente em regime de guerra que defende o país contra ataques internos e externos. Interessante, para muitos desses “coxinhas”, Maduro é ditador, e os militares de 64 não foram ditadores. Acreditam que a crise foi provocada por ele, Maduro, e não pelos EUA e pela elite venezuelana e países vizinhos. Acreditam que Maduro é um socialista ou comunista. Pode até ser, mas, não percebem que ser socialista ou comunista não é o motivo para nada; o problema é ser amigo ou não amigo. É se submeter ou não se submeter aos ditames do império. E, nesse engodo, os nossos “coxinhas” hasteiam, orgulhosos, a bandeira da ignorância: Fora comunistas, fora ditadores.

Coxinhas, menos, menos. Alheio aos seus desejos pessoais, é preciso levar em conta que o Brasil é a oitava economia do mundo; não precisa ficar praticando o esporte da servidão voluntária para quem quer que seja. Um mínimo de autoestima e patriotismo é indispensável.

E, Forças Armadas, reação ainda que tardia.