O Fundo, porém, alega que a retração se deve à desvalorização da moeda estadunidense. Mantendo as taxas de câmbio constantes, a participação do dólar “teria caído apenas ligeiramente, para 57,67%”.
Os movimentos cambiais “explicam 92% da redução da participação do dólar durante os três meses até junho. Efeitos cambiais semelhantes podem ser observados em outras moedas, incluindo o euro, a segunda maior moeda de reserva do mundo”, explica o FMI.
Para a entidade, os números ajustados pela taxa de câmbio “oferecem uma visão mais detalhada de como os bancos centrais estão gerenciando suas carteiras e o que isso significa para o sistema financeiro global. Os dados de reservas mais recentes, uma vez ajustados pelas variações cambiais, sugerem que a participação do dólar nas reservas dos bancos centrais não diminuiu na medida em que os números não ajustados sinalizam inicialmente”.
Dennis Smal, da EIRNS, questiona essa interpretação: “Mas a desvalorização do dólar é, em si, um reflexo da mesma dinâmica subjacente que impulsiona a redução das cotas de reserva: pessoas e países que não querem manter dólares, à luz das políticas econômicas e financeiras tóxicas de Washington.”
O fato é que a participação do dólar nas reservas globais perde espaço para outras moedas, seja por desvalorização (intencional ou não intencional) da moeda estadunidense, seja por busca por outras reservas de valor diante de um dólar enfraquecido.