Eólica e solar fotovoltaica: mais propaganda do que potencial para substituir os fósseis
O artigo de Felipe Coutinho e Mariana Costa deve ser lido como advertência séria e embasada para aqueles que tentam nos empurrar numa espécie de panaceia

O corajoso e embasado artigo “Eólica e solar fotovoltaica não são renováveis, nem confiáves”, dos engenheiros químicos Felipe Coutinho e Mariana Costa, publicado pela AEPET, aponta de forma inequívoca, os obstáculos de uma transição energética de combustíveis de origem fóssil para outras fontes de energia, notadamente a eólica e a solar fotovoltaica.
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Coutinho e Costa afirmam:
“Os defensores das novas fontes energéticas apontam frequentemente para os fluxos totais de energia para a Terra e proclamam que os recursos de energias renováveis são essencialmente ilimitados. Sim, é verdade: estamos rodeados por quantidades incríveis de energia renovável difusa (por exemplo, radiação solar e vento). Infelizmente, porém, essa energia é inútil para nós, a menos que seja concentrada em formas como a eletricidade ou os combustíveis.”
Além de apontar a questão da intermitência, tanto na eólica quanto para solar, o artigo assinala os altos custos de geração e a necessidade da utilização de combustíveis fósseis para a fabricação e manutenção dos parques eólicos e solares fotovoltaicos.
A Agência Internacional de Energia (AIE) tem feito um esforço de comunicação com seus relatórios que apontam o pico da demanda por petróleo em menos de uma década. Em 2021, a AIE afirmou que não havia necessidade de novas explorações de petróleo e gás porque as fontes de energia alternativas estavam assumindo rapidamente o controle.
Entretanto, os sonhos eólicos e solares estão em conflito com fatos econômicos concretos. Os custos da transição não estão entre os temas habituais. Entretanto, os pesados subsídios que EUA e Europa destinam à transição já pesam no bolso dos contribuintes e alguns governos, como do Reino Unido e da Suécia, já revisam para baixo suas metas de net zero.
Enquanto isso, os custos das matérias-primas e do desenvolvimento de projetos dispararam tanto que os promotores eólicos estão apelando aos governos para aumentarem os subsídios para o setor. Sem subsídios maiores, os projetos de energia eólica não conseguem gerar lucro.
Também contrariando as previsões da AIE, as duas maiores petroleiras dos EUA, Exxon e Chevron, anunciaram compras bilionárias para reforçarem suas reservas provadas de petróleo para muito além de 2030.
Já a gigante britânica BP justificou parte na queda dos lucros no 3º trimestre deste ano ao baixo retorno dos investimentos em parques eólicos.
O artigo de Felipe Coutinho e Mariana Costa deve ser lido como advertência séria e embasada para aqueles que tentam nos empurrar numa espécie de panaceia, onde custos, impactos ambientais e socioeconômicos são omitidos.
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