Não é o salário, estúpido
Lucros excessivos dos monopólios turbinam inflação nos EUA
Robert Reich, ex-secretário do Trabalho dos EUA e professor de Políticas Públicas na Universidade da Califórnia, Berkeley, defende que a inflação atual, emergindo da pandemia, é análoga à inflação após a Segunda Guerra Mundial, "quando economistas defendiam controles temporários de preços para ganhar tempo para superar gargalos de oferta e impedir a especulação corporativa. Controles de preços limitados devem ser considerados agora."
Em artigo publicado segunda-feira no jornal britânico The Guardian, Reich sustenta que é a ganância corporativa, não os salários, que está por trás da inflação. Segundo ele, os lucros das empresas estão próximos de níveis não vistos em mais de meio século.
"Os aumentos salariais nem sequer acompanharam a inflação. A maioria dos salários dos trabalhadores está diminuindo em termos de poder de compra real", sustenta o ex-secretário de Bill Clinton. Desde a década de 1980, dois terços de todas as indústrias estadunidenses tornaram-se mais concentradas:
- 4 empresas controlam 85% do processamento de carnes e aves
- 1 corporação define o preço da maior parte do milho semente
- 2 empresas dominam os produtos básicos de consumo.
- a indústria farmacêutica é composta por 5 gigantes
- a indústria aérea passou de 12 companhias aéreas em 1980 para apenas 4 hoje
- Wall Street se consolidou em 5 bancos
- a banda larga é dominada por 3 empresas
Além de controle de preços, Reich defende um imposto temporário sobre lucros extraordinários.
Fonte: Monitor Mercantil
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