Mesmo com redução do preço da Petrobrás, diesel fica mais caro nos postos
Alta no preço do combustível tem relação com aumento do ganho dos postos, que subiu 50% desde o fim de 2024

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (10) os dados da inflação de maio e registrou que, de janeiro até o final de abril, o preço do óleo diesel em postos de combustíveis do país havia subido 3,02%. A alta ocorreu enquanto a Petrobras cortou em 12% o preço do combustível vendido às distribuidoras do produto.
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A Petrobrás é a maior produtora de diesel do país, fornecendo cerca de 80% do combustível que abastece a frota nacional de caminhões. A estatal, no entanto, não controla os preços do derivado de petróleo, já que ele depende também do ganho das distribuidoras e dos postos de combustíveis com a revenda.
Dados públicos compilados pelo economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), indicam que, desde o final de 2024, a margem dos postos sobre o preço do diesel já subiu 50%. Saltou de R$ 0,59 por litro para R$ 0,89 por litro de dezembro até o final de abril.
Não há dados disponíveis sobre o margem em maio e junho.
Hoje, segundo pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o litro do diesel no Brasil é vendido, em média, a R$ 6,05.
Desse valor, a Petrobrás responde por pouco mais da metade. Desde o início de maio, a estatal vende o litro de diesel a distribuidoras por R$ 3,27.
O preço do litro vendido pela companhia chegou a esse valor após três quedas promovidas em 2025. O diesel começou o ano vendido a R$ 3,72; baixou a R$ 3,55 em janeiro; para R$ 3,43 em março; e depois para R$ 3,43 em abril.
“Se percebe que a margem bruta tanto da distribuição quanto da revenda aumentou”, explicou Mahatma dos Santos, diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep). “A redução [na Petrobraás] não é repassada de maneira completa para o consumidor porque há uma absorção da margem pelo setor de distribuição e revenda, que foi privatizado no Brasil durante o governo Bolsonaro.”
No governo Bolsonaro, a Petrobrás vendeu a BR Distribuidora, que distribuía e revendia gasolina e diesel.
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