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Pagamentos de dividendos a acionistas aumentam 14x mais que salários

Salários cresceram 3%, dividendos saltaram 45%; se excluir dados da China, salários tiveram queda de 3%

Publicado em 13/05/2024
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Pilha de moedas sobre uma base madeira com natureza desfocada ao fundo
Fonte: Koko Song/Vecteezy

Os pagamentos globais de dividendos aos acionistas aumentaram 45% em termos reais entre 2020 e 2023, enquanto os salários dos trabalhadores aumentaram apenas 3%. O 1% mais ricos, simplesmente por possuírem ações, embolsaram em média US$ 9 mil em dividendos em 2023 – seriam necessários ao trabalhador médio oito meses de trabalho para ganhar este valor em salários.

Os cálculos são da ONG Oxfam, divulgados por conta do Dia Internacional dos Trabalhadores (1º de maio). Os pagamentos globais de dividendos aos acionistas cresceram, em média, 14 vezes mais rápido do que os salários dos trabalhadores em 31 países, que juntos representam 81% do PIB global, entre 2020 e 2023, revela a análise.

A diferença entre dividendos e salários é ainda mais impactante quando excluídos os dados da China, que é responsável pela maior parte do crescimento salarial no período. Sem os números chineses, os salários reais nos demais países abrangidos pelo estudo caíram 3% entre 2020 e 2023.

Após o ajuste dos valores pela inflação, os pagamentos globais de dividendos aumentaram 45% (US$ 195 bilhões) no período. Segundo a Oxfam, os dividendos empresariais deverão bater o recorde de US$ 1,66 trilhões alcançado no ano passado, após alta de 5% sobre 2022, de acordo com o Janus Henderson Global Dividend Index, que abrange as 1.200 maiores empresas do mundo, representando 90% dos dividendos pagos.

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A Janus Henderson prevê que os dividendos subirão 3,9% em 2024, atingindo US$ 1,72 trilhão. Utilizando dados do Wealth-X, a Oxfam estima que o 1% mais rico agora possui 43% de todos os ativos financeiros globais.

“Os lucros das empresas e os pagamentos aos acionistas ricos foram para a estratosfera, enquanto os salários continuam a não levar a lugar nenhum. Milhões de pessoas têm empregos que as prendem num ciclo de trabalho árduo, embora ainda não tenham condições de comprar alimentos, medicamentos ou outros bens básicos suficientes. Os super-ricos não acumulam as suas megafortunas ‘trabalhando’, eles as extraem das pessoas que o fazem”, acusou o diretor executivo interino da Oxfam International, Amitabh Behar.

Utilizando dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre pobreza no trabalho, a Oxfam concluiu que quase 1 em cada 5 trabalhadores em todo o mundo ganha um salário abaixo da linha de pobreza (US$ 3,65 pela paridade do poder de compra – PPC); 66% dos trabalhadores em países de baixo rendimento ganham salários de pobreza, um aumento de 1 ponto percentual desde 2020, que marcou a reversão de um declínio de longo prazo.

Fonte(s) / Referência(s):

Marcos de Oliveira
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