Petrobrás está longe de ser protagonista em transição energética
Dieese: "Plano Estratégico registra tímido investimento em baixo carbono e não tem iniciativas para adaptar trabalhadores"
O atual plano estratégico da Petrobras, que engloba o período de 2024 a 2028, não posiciona a empresa como protagonista na busca pelo chamado “net zero”, que são as emissões líquidas zero de gases de efeito estufa.
Tal conclusão integra estudo elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e discutido em seminário realizado pela entidade com participação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Instituto Clima e Sociedade (iCS).
A pesquisa destaca ainda que o plano de atuação da estatal também não cita projetos que busquem adaptar os trabalhadores dentro do processo de transição energética, enquanto o baixo patamar de investimentos em setores de baixo carbono compromete a abertura de novos postos de trabalho.
Baixo investimento, mas dividendos seguem elevados
Segundo o estudo, os investimentos em baixo carbono realizados pela Petrobras são proporcionalmente pequenos: no plano estratégico 2024-2028, o montante médio chega a 11% do Capex (despesas de capital) da empresa.
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Tal montante é muito inferior às projeções traçadas pela Agência Internacional de Energia (IEA), que indicam valores que devem ultrapassar a marca de 40% em 2030.
Por outro lado, os dividendos pagos a acionistas representam pelo menos 25% do caixa da empresa, enquanto a média internacional da indústria de óleo e gás foi de 12,1% entre 2018 e 2022, ao passo em que as estimativas para 2030 projetam um percentual de 9,5% do caixa, em caso de continuidade, e de 4,4% caso o “net zero” seja alcançado.
As estatísticas de emissão de gases de efeito estufa mostram que o Brasil é o quinto maior emissor do mundo, mas três quartos das emissões nacionais vêm do desmatamento (50%) e da agropecuária (25%), enquanto a cadeia do petróleo e gás é a terceira colocada no ranking brasileiro.
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