BRICS amplia poder global: expansão histórica desafia dólar e redefine economia com Brasil em destaque
Países membros representam cerca de 31,5% do PIB global e mais de 40% da população mundial.
O BRICS desafia o sistema financeiro global! Com novos membros como Arábia Saudita e Irã, o bloco expande sua influência, promovendo alternativas ao dólar e um sistema econômico multipolar. O Brasil ganha protagonismo, equilibrando relações entre o BRICS e o Ocidente.
Nas últimas décadas, o BRICS, inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, tornou-se uma força central na geopolítica e economia mundial.
Mas o que parecia ser apenas um grupo emergente agora se consolida como uma potencial alternativa ao modelo financeiro ocidental, simbolizado pela hegemonia do dólar norte-americano.
Com a inclusão recente de novos membros como Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos, o BRICS assume um protagonismo sem precedentes.
Este movimento provoca debates sobre a transformação do sistema econômico mundial, desafiando estruturas consolidadas como o FMI e o Banco Mundial.
Por trás dessa expansão, está uma questão central: o BRICS será capaz de liderar um movimento de desdolarização global e reformular as bases do comércio internacional?
O papel do BRICS no cenário econômico global
O BRICS surgiu oficialmente em 2009, durante uma cúpula em Ecaterimburgo, na Rússia, com o objetivo de promover o crescimento econômico sustentável entre seus membros.
Inicialmente limitado a quatro nações — Brasil, Rússia, Índia e China —, o grupo expandiu-se em 2010, com a entrada da África do Sul, consolidando o nome BRICS.
Nos anos seguintes, o bloco ganhou relevância, especialmente ao abordar temas relacionados a alternativas econômicas ao modelo ocidental e à criação de um sistema financeiro multipolar.
Hoje, os países membros representam cerca de 31,5% do PIB global e mais de 40% da população mundial.
De acordo com a CNN Brasil, em 2023, o BRICS apresentou uma taxa de crescimento econômico superior à média global, impulsionado pela expansão de mercados internos e pelo aumento das exportações
Apesar do crescimento econômico desigual entre seus membros, o BRICS se tornou uma força coesa em discussões sobre desigualdade global, sustentabilidade e autonomia financeira.
A desdolarização: um passo em direção à autonomia
Um dos pontos mais debatidos nas reuniões do BRICS nos últimos anos tem sido a chamada “desdolarização”.
Esse movimento visa reduzir a dependência do dólar norte-americano em transações internacionais e criar alternativas que protejam os países membros de instabilidades econômicas e políticas externas.
Atualmente, o dólar domina cerca de 88% das transações globais, segundo dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS).
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Esse monopólio proporciona aos Estados Unidos uma influência desproporcional sobre o comércio e o sistema financeiro global, permitindo sanções econômicas severas, como as impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia.
Como alternativa, o BRICS tem promovido o uso de moedas locais em transações bilaterais. Por exemplo, Brasil e China já utilizam o yuan em parte de seus acordos comerciais, especialmente no setor de exportação agrícola e de commodities.
Além disso, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco dos BRICS, financia projetos de infraestrutura sem depender exclusivamente do dólar.
Dilma Rousseff, presidente do NBD, destacou durante a última cúpula do bloco: “O uso do dólar como arma contra países emergentes é inaceitável. Precisamos de uma nova governança financeira global.”
O Brasil e o BRICS: um equilíbrio delicado
Para o Brasil, o BRICS representa uma oportunidade única de diversificar suas parcerias econômicas e fortalecer sua presença global.
Em 2023, o país exportou mais de US$ 70 bilhões para a China, consolidando-a como sua principal parceira comercial. Essa relação, segundo a CNN Brasil, tem sido crucial para o crescimento do agronegócio brasileiro.
No entanto, a aproximação com o BRICS não ocorre sem desafios. O Brasil precisa equilibrar suas relações com o Ocidente, principalmente com os Estados Unidos e a União Europeia, para evitar conflitos diplomáticos.
A dependência do mercado norte-americano continua significativa, especialmente em setores como manufatura e tecnologia.
Robson Gonçalves, economista da FGV, explica: “Estar no BRICS não significa antagonizar com o Ocidente, mas sim ampliar nossas opções."
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