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Lobby dos combustíveis subverte lei do mercado

Preços dos combustíveis livres para subir, mas não para descer; valor do diesel está acima do internacional

Publicado em 09/07/2024
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Foto: Fernando Frazão - Agência Brasil

Nos últimos dias, cresceu a pressão de importadores de combustíveis e refinarias privadas por um aumento nos preços da gasolina e do diesel, com grande participação da nossa imprensa dita imparcial. A Petrobrás acabou aprovando uma elevação no valor da gasolina e do gás natural, mas manteve o do diesel. A pressão se baseia no PPI, preço de paridade de importação, herança dos governos Temer e Bolsonaro que pesa nos bolsos dos motoristas brasileiros. Há 2 questões nos preços dos combustíveis. Uma é a incapacidade de concorrência das refinarias e importadores privados. Uma estranha aplicação da lei do mercado, em que os preços sobem quando há alta no exterior, mas não descem quando há redução lá fora.

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O lobby privado se baseia no cálculo do PPI pela Abicom, associação que representa os importadores. Apesar de ser parte interessada nos aumentos, é tratada pela mídia como se fosse uma fonte acima de qualquer questionamento. Para a Abicom, havia, antes do aumento desta segunda-feira, defasagem de R$ 0,67 no litro da gasolina e de R$ 0,73 no do diesel.

Outra fonte é o Rastreador de Preços de Combustíveis da Genial Investimentos; haveria, em 1º de julho, deságio de 18,2% na gasolina (R$ 0,53) e de 8,7% no diesel (R$ 0,32). Mas os preços são dinâmicos: em 17 de junho, a Genial indicava deságio de 9,4% na gasolina (R$ 0,30/litro, quase metade do que apontaria 2 semanas depois) e ágio de 1,6% no diesel (R$ 0,06/litro) versus a paridade de preços do mercado internacional.

Qual o sentido de basear os preços em um parâmetro curto, se são tão voláteis? E aí vem a segunda questão: por que o Brasil, com forte extração de petróleo, com custo de produção de diesel, na refinaria, abaixo de R$ 1,10, precisa vender o óleo por um valor na casa de R$ 3?

Na Bolívia, que não tem petróleo e nem refinarias, o diesel custa nas bombas, o equivalente a R$ 2,50; aqui sai, em média, a R$ 5,94.

Fonte(s) / Referência(s):

Marcos de Oliveira
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