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O custo de insustentáveis dividendos no futuro da Petrobrás e do Brasil

Estudo mostra que, em 2029, o país entrará num declínio de produção de petróleo pela falta de investimentos

Publicado em 15/08/2024
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Posto BR Petrobras
Foto: Divulgação

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia, divulgou nesta semana o “Caderno de Previsões da Produção de Petróleo e Gás Natural, que faz parte dos estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034)”. Lá está escrito que Brasil deve alcançar um pico de produção de 5,3 milhões de barris de petróleo por dia em 2029, seguido de um período de declínio na extração do insumo nos anos seguintes.

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Diz ainda: “o patamar acima da casa dos 5,3 milhões de barris diários não se sustentará nos anos posteriores, mesmo com a entrada em produção de recursos ainda não descobertos, esse recuo reflete a queda das atividades exploratórias nos últimos anos, como por exemplo a diminuição da perfuração de poços exploratórios.

A AEPET vem repetidamente alertando para esse risco, analisando os resultados financeiros da Petrobrás. Felipe Coutinho, presidente da Associação, detalhou isso no artigo “Política de investimentos baixos e dividendos altos é mantida pela direção da Petrobrás no 1º semestre de 2024”, publicado no dia 9 de agosto.

Mas além desse cenário de declínio da produção, a AEPET alerta sobre o que fazemos com o petróleo extraído em nosso país. Muitos se orgulham do Brasil se tornar um grande produtor e exportador de petróleo bruto. Porém, não foi para isso que a Petrobrás foi criada. “O petróleo é nosso” foi o lema da fundação da empresa estatal. Nele também estava embutido que tudo que vem do petróleo brasileiro (derivados) é dos brasileiros.

No artigo “Exportação de petróleo cru é recorde, Lula conduz o Brasil na rota colonial pavimentada por Temer e Bolsonaro”, o presidente da AEPET afirma:

“O Brasil está sendo submetido à exploração do tipo colonial, depois dos ciclos do pau-brasil, do açúcar, do ouro, prata e diamantes, do café, da borracha e do cacau, é a vez do ciclo extrativo e primário exportador do petróleo brasileiro”.

Diante do acosso das nações desenvolvidas e poluidoras, sobre a necessidade da transição energética, o Brasil parece assumir posição subalterna, retirando da Petrobrás os recursos necessários para uma transição justa e equitativa entre os países desenvolvidos e aqueles que ainda não dispõem da Energia necessária para o bem estar de suas populações.

A AEPET, através das palavras de Felipe Coutinho, afirma:

“Nenhum país continental e populoso como o Brasil se desenvolveu exportando petróleo cru e produtos primários, muito menos por multinacionais estrangeiras, e importando produtos industrializados de maior valor agregado, é preciso estancar as veias dilaceradas do Brasil e interromper este novo ciclo do tipo colonial.”

Alex Prado
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