O papel dos EUA no caos ao sul do Rio Grande

Amigo da coluna, norte-americano, residente lá, faz sua avaliação da crise no Brasil e da atuação do governo de Joe Biden: "Acho que o establishment financeiro transatlântico decidiu, durante a eleição, que sua melhor aposta para controlar o Brasil era 'apoiar' Lula, combinado com advertências contundentes de que ele não deveria mudar o jogo – e certamente nenhum alinhamento com Rússia, China etc."

"Ao mesmo tempo", prossegue, "eles lançaram desestabilizações e insurreições de 'esquerda' contra 'direita' em toda a América Latina, para enfraquecer qualquer governo para que não possa avançar para uma aproximação multipolar . Há um ataque unificado de 'direita' acontecendo contra Lula, Fernandez, AMLO [o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador] etc. Ao mesmo tempo, eles estão conduzindo um levante de 'esquerda' no Peru em torno de Castillo e com Evo Morales. Então, eles tentarão afundar todo o continente no caos e na guerra, da maneira que puderem."

Especificamente sobre o Brasil, analisa ele: "Dito isso, acho que a operação de domingo no Brasil tinha Bannon escrito por toda parte, aparentemente com algumas facções nas Forças Armadas brasileiras, mas não foi um golpe real, mas um tiro na proa para lembrar Lula de permanecer em sua faixa. O outro lado da operação de contenção contra Lula é a guerra financeira, da qual um pouco se viu quando foi anunciado o fim das privatizações."

E conclui "Sobre Bolsonaro, ele está sendo usado pelas redes de Bannon e neoconservadores para seus próprios fins, e será jogado no vaso sanitário quando não for mais útil."

Marcos de Oliveira é diretor de Redação do Monitor Mercantil e produz a colula Fatos & Comentários

Fonte: Monitor Mercantil