Brasil perde posições no ranking do investimento produtivo
Posição no ranking global declinou da 5ª posição, em 2023, para o 7º lugar, em 2024
Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil perdeu posições entre os países que recebem investimentos diretos estrangeiros (IDE), tido como investimento produtivo. No caso do Brasil, o recebimento de IDE atingiu US$ 59,2 bilhões em 2024: -7,5% frente a 2023. No ano anterior, a queda foi ainda maior (-12,7%). Como resultado da evolução negativa da entrada de IDE no Brasil, nossa posição no ranking global declinou da 5ª em 2023 para a 7º em 2024.
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) analisou o último levantamento da UNCTAD, recentemente divulgado, sobre os IDE no mundo, que trouxe dados de 2024, com ênfase para a posição do Brasil.
Em 2024, os fluxos globais de IDE somaram US$ 1,45 trilhão e cresceram +4% frente a 2023. Esta evolução foi inflada por fluxos financeiros voláteis para um pequeno número de “conduit economies” europeias, segundo a UNCTAD. Excluindo tal efeito, os fluxos globais de IDE recuaram -11% no ano passado, registrando, assim, uma contração de dois dígitos pelo segundo ano consecutivo.
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Considerando as principais modalidades de IDE, a maior queda (-26% ante 2023) foi registrada nos acordos internacionais de project finance, que são essenciais para grandes projetos de infraestrutura, particularmente nos países em desenvolvimento. Este desempenho decorreu, sobretudo, de restrições financeiras e da incerteza quanto à trajetória das taxas de câmbio e de juros, já que essa modalidade depende mais de recursos de investidores institucionais e de endividamento, que são mais sensíveis às tendências dos mercados financeiros.
Os anúncios de projetos greenfield, que envolvem a criação de novas instalações e tem impacto significativo no desenvolvimento dos países, mediante aumento da capacidade produtiva, criação de emprego e difusão de tecnologia e know-how, aumentaram +3% ante 2023, embora seu valor tenha caído -5,4% no período.
Na indústria de transformação, o número desses projetos aumentou +2,5% e seu valor recuou -5%, mas ainda assim foi o segundo maior valor já registrado. A atividade foi mais forte sem setores de cadeias mais longas, beneficiando o Sudeste Asiático, a Europa Oriental e a América Central e refletindo as estratégias das multinacionais de reequilibrar os locais de produção no contexto geopolítico atual e das mudanças no comércio mundial.
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