Em excelente artigo sobre o capital financeiro ("Oportunidade para perder dinheiro"), Pedro Augusto Pinho, habitual colaborador do Monitor Mercantil, descreve aspectos das "finanças apátridas", que ele simplifica chamando de "banca".

Em um dos trechos, Pinho relata correspondência que recebeu de um leitor com extrato de uma aplicação em um fundo de um banco suíço, recomendado pela própria instituição. Em março de 2011, o investidor aplicou no fundo US$ 600 mil. "Trata-se, com grande probabilidade, de pessoa da classe média favorecida, que conseguiu acumular o equivalente a um milhão de reais e deve ter ficada receosa com o Governo Dilma Rousseff, que se iniciava", imagina Pinho. Após 10 anos aplicados, os US$ 600 mil haviam se transformado em US$ 516 mil; o banco ficou, sob diversos títulos, com US$ 62.945,00.

Pode-se argumentar que, em reais, o investidor conseguiu um belo retorno, já que em 2011 a cotação estava na casa de R$ 1,60/R$ 1,70 por dólar, e agora se encontra acima de R$ 5,40. Mas quem investe em moeda forte quer não apenas proteger o dinheiro de desvalorizações cambiais, mas também ter algum retorno na moeda – dólar, euro ou libra.

O certo é todas as recomendações de bancos visam ao lucro – da instituição financeira. O cliente que fique esperto.

Fonte: Monitor Mercantil