Morte de Waldir Pires é perda inestimável
Biografia do ex-governador baiano está repleta de dignidade e coerência
A morte do ex-governador da Bahia, Waldir Pires, aos 91 anos, deixa mais uma lacuna no cenário político brasileiro. A AEPET considera uma perda inestimável neste momento dramático que o país atravessa, com a democracia em risco e imposição de valores neoliberais e entreguistas por parte de um governo com irrisórios índices de popularidade.
Pires, que foi ministro da Defesa e da Controladoria Geral da União (CGU) dos governos Lula, em 1963, foi convidado pelo então presidente João Goulart para ocupar o cargo de consultor-geral da República, no qual assumiu as análises e pareceres da juridicidade e da constitucionalidade das leis de Remessa de Lucros e Dividendos e da lei de Reforma Agrária, entre outras iniciativas de enorme valor estratégico, abortadas pelo Golpe Militar. de 1964.
Ao lado de Darcy Ribeiro, Pires foi o último membro do governo a deixar o Planalto, quando a tomada pelos tanques era inevitável, e ambos embarcaram em um monomotor rumo ao Uruguai.
Francisco Waldir Pires de Souza nasceu em Acajutiba (BA), em 21 de outubro de 1926. Faleceu, aos 91 anos, no último dia 22 de junho. Filho de José Pires de Souza, ex-seminarista e coletor de impostos, e de Lucíola Figueiredo Pires de Souza, ainda jovem destacou-se como líder estudantil na Faculdade de Direito, em Salvador, quando liderou o Movimento Antinazista.
No coração dos brasileiros, ficará para sempre a imagem de um político digno e coerente, incansável defensor da democracia.
"Uma vida política, notável, marcada pela conduta ética e coerência. Sucessivas demonstrações de corágem e bravura, sem perder a ternura, como dizia o Chê", resume o diretor Jurídico da AEPET, Ricardo Maranhão. Como deputado federal, Maranhão teve estrito convívio com Pires nas lutas em defesa do monopólio do petróleo e da Petrobrás.
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