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Claudio da Costa Oliveira

28 de abril. Hoje é o dia da "mãe das mentiras" sobre a Petrobrás

Dizem que o brasileiro tem memória curta. Será verdade ? Ou será que eles abandonam a luta por uma causa quando julgam não ter

Publicado em 28/04/2021
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Dizem que o brasileiro tem memória curta. Será verdade ? Ou será que eles abandonam a luta por uma causa quando julgam não ter força para vencer ?

Para me livrar desta sina criei uma frase na qual acredito e sigo "POR MAIOR QUE SEJA NOSSO INIMIGO A VERDADE NOS TORNA MAIORES QUE ELE". Tudo depende de tempo e persistência.

O dia 28 de abril de 2016 para mim é um marco no sistema de enganação do povo brasileiro. Desde então tenho escrito sobre o tema ,na prática sem sucesso, devo admitir, mas com a mesma convicção de estar ao lado da verdade, que tinha a 5 anos atrás.
Abril é conhecido como sendo o mês da mentira, por isto batizei o dia 28 como sendo o dia da "mãe das mentiras", e não vou esquecer.

No final de 2015 e início de 2016, Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, atendendo a interesses não revelados, iniciaram forte campanha difamatória contra a Petrobrás, atingindo milhões de brasileiros através de jornais, rádios e TVs.

Ao mesmo tempo em que a TV mostrava diariamente em todas as residências, em função da Lava Jato, um tubo jorrando dinheiro da corrupção na companhia, os 2 jornalistas diziam que a empresa estava à beira da falência, com uma dívida impagável, sem nunca mostrarem qualquer número que comprovasse as afirmações.

Em 28 de abril de 2016, há exatos 5 anos, Carlos Alberto Sardenberg publicou artigo com o título "Enterrar de novo o populismo"

https://sardenberg.com.br/enterrar-de-novo-o-populismo/ 

Neste artigo, entre muitas bobagens, fez a afirmação:

"Quebraram a estatal. Vamos falar francamente: a Petrobrás só não está em pedido de recuperação judicial porque é estatal. Todo mundo espera que em algum momento o governo imprima dinheiro para capitalizar a empresa"

Um mês depois, em 30 de maio de 2016, Aldemir Bendine, enviou carta de renúncia à presidência da Petrobrás onde diz:

"Chegamos a um caixa robusto, superior a R$ 100 bilhões"

Na época, R$ 100 bilhões equivaliam a quase US$ 30 bilhões ( o maior saldo da história da companhia). Que empresa quebrada era esta com US$ 30 bilhões em caixa ? Mas ninguém questionou. Afinal era o Sardenberg que dizia.

Mas os meses foram passando e não houve qualquer pedido de recuperação judicial e muito menor aporte pelo governo.
Ninguém se preocupou com isto, ficou valendo só a parte em que Sardenberg tinha dito: A EMPRESA ESTAVA QUEBRADA.

O próprio PT que administrava a companhia e tinha a obrigação de defendê-la nada fez. Foi conivente com a mentira e até hoje esconde o fato. Oposição conivente ? Ou será necessidade de ocultar o fato de que o desmonte da Petrobrás teve início no governo Dilma do PT, na administração Bendine ?

O fato é que no final de 2016 a Petrobrás adiantou R$ 20 bilhões para o BNDES, para aliviar o caixa do banco. Tinha a receber US$ 5 bilhões, de atrasados da Eletrobrás por venda de gás além de US$ 11 bilhões de ativos vendidos por Bendine. Com tudo isto, ainda terminou o ano com quase US$ 20 bilhões em caixa.

Sardenberg e Miriam nunca se retrataram , pelo contrário, afirmavam que a empresa tinha tido perdas enormes com subsídios concedidos no período 2011/2014,e uma dívida impagável.

Não se preocuparam com a contradição pelo fato das empresas de classificação de risco, que eles tanto referenciam, Standard&Poors, Fitch e Moddy's, concederem a Perobrás o grau de investimento (investment grade) , no período 2007/2015.

A mentira foi a base de sustentação para o plano de transferência gradual da Petrobras, sua tecnologia e ativos, bem como de recursos naturais brasileiros de valor inimaginável, para a cobiça estrangeira.

A mentira virou verdade, mantida até hoje.

Entre 2011 e 2014 a receita líquida da Companhia nunca foi inferior a US$ 140 bilhões. Em 2014 foi de US$ 144 bilhões. O tamanho da destruição pode ser avaliado quando verificamos a receita líquida em 2020 de apenas US$ 54 bilhões. Uma queda de US$ 90 bilhões, superior ao PIB da maioria dos países do mundo.

Mas a empresa vai dar lucro e gerar muito caixa ? É verdade, vai sim.

Graças em primeiro lugar à fantástica qualidade do pré-sal brasileiro. A questão não se resume ao volume das reservas mas muito mais pela qualidade do petróleo e a incrível produtividade dos poços. O custo médio de extração que em 2011 era de US$ 15 o barril caiu para US$ 5 em 2020. No pré-sal é de apenas US$ 2,5.

Em segundo lugar pela renúncia fiscal, que no regime de partilha brasileiro permite a inclusão dos gastos com royalties no custo em óleo (oil cost) e à isenção de participação especial na área de cessão onerosa.

Isto entrega à Petrobrás e demais participantes do banquete (Shell, Equinor, GAP, CNOOC etc) um dos negócios mais rentáveis do planeta e, infelizmente, ao mesmo tempo transforma o povo brasileiro em um dos mais lesados do mundo

Cláudio da Costa Oliveira
Economista da Petrobrás aposentado

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