Bomba atômica sobre trilhos
Ameaças reais nos EUA a reboque dos interesses comerciais e geopolíticos
O descarrilamento de um trem de carga da Norfolk Southern com 150 vagões transportando produtos químicos perigosos, em 3 de fevereiro, perto de New Palestine, Ohio, teve pouca repercussão na mídia brasileira e uma imposição de limites na cobertura da norte-americana. Um repórter da NewsNation foi preso durante entrevista coletiva do governador de Ohio quando tentava fazer perguntas não consideradas convenientes.
Por dias, as autoridades vêm dizendo aos moradores da área que é seguro voltar para casa, mas muitos relatam problemas, como mortes de animais. O Departamento de Recursos Naturais de Ohio admitiu que o derramamento químico matou cerca de 3.500 peixes pequenos.
Nos últimos 5 anos, houve 8 descarrilamentos significativos de cargas apenas na área metropolitana de Pittsburgh, Pensilvânia, relata a EIR. Ferroviários atribuem os acidentes a cortes de custos e afrouxamento da regulação.
Mesmo diante desse quadro, o governo de Joe Biden promulgou recentemente uma regra que expande a gama de materiais perigosos que poderiam ser transportados por ferrovia. O principal objetivo é levar gás natural liquefeito (GNL) para os portos visando a exportação para a Europa para substituir (a três vezes o preço) o gás fornecido pelo gasoduto russo-alemão Nord Stream.
A explosão de 22 vagões de GNL seria aproximadamente igual à força da bomba de Hiroshima, segundo especialistas ouvidos pela EIR O próprio National Transportation Safety Board, que aprovou a regra, alerta: "Os riscos de vazamentos catastróficos de gás natural liquefeito em acidentes é grande demais para não ter controles operacionais antes que grandes blocos de vagões-tanque e trens unitários proliferem."
Por Marcos De Oliveira
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