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César Fonseca

BRICS é alvorada de paz na guerra Palestina-Israel

O poder unipolar ocidental, cuja essência é o expansionismo militar imperialista, está baleado, portanto, impossibilitado de conduzir negociações de paz

Publicado em 09/10/2023
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O poder ocidental unipolar comandado pelos Estados Unidos, que fazem tábua-rasa da ONU, desconhecendo-a como fórum dos povos, não têm condições de conduzir a Questão Palestina.

A fragilidade da instituição se mostra pela sua incapacidade de criar o que os seus próprios estatutos estabelecem: a existência de dois estados, palestino e israelense, para fixar, como pré-requisito essencial, condições de paz duradoura.

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O ocidente unipolar pró-Washington acaba de expor sua impotência ao perder a guerra EUA-OTAN x Rússia, na Ucrânia, evidenciando a impossibilidade de materializar o que para ele se mostrava substantivo: expansão ao leste para alterar mudança de regime em Moscou.

O poder unipolar ocidental, cuja essência é o expansionismo militar imperialista, está baleado, portanto, impossibilitado de conduzir negociações de paz, visto que sua posição prévia é, sempre, a de fomentar a guerra.

O substrato fundamental do poder ocidental unipolar, ancorado no dólar americano, sem lastro real, e na indústria armamentista como propulsora de uma geopolítica militarista financeira especulativa, como pressuposto básico da política econômica imperialista etc., perde capacidade de promover unidade das suas forças em escala global.

Tal incapacidade se expressa, notadamente, com o avanço dos BRICS.

O predomínio crescente da desunião imperialista impõe nova dialética: o desequilíbrio de forças vigente entre Israel, militarizado pelos interesses norte-americanos, e a Palestina, completamente órfã abandonada por uma ONU desmoralizada, intensifica-se em face do status quo unipolar em processo de esgotamento.

Os israelenses, como a história recente tem demonstrado, só se dispõem à (anti)negociação com os palestinos a partir de uma posição de força, no contexto da geopolítica ocidental unipolar, que perde vigor para sustentar inabalável poder imperialista americano.

UNIPOLAR X MULTIPOLAR - A alternativa, para alcançar a paz verdadeira, portanto, seria o oposto: remoção do mundo unipolar ocidental para colocar em seu lugar o mundo multipolar propositivo quanto a um mundo cooperativo anti-guerra.

As condições para essa nova emergência conjuntural não estão totalmente dadas, mas se encontram em construção no cenário dos BRICS, como resultado da união de forças econômicas e militares de Rússia e China, atraindo para suas esferas de influência o Sul Global, 40% do PIB mundial, econômica e socialmente excluído do mundo unipolar.

Tal conjuntura tende a acelerar no compasso do conflito Palestina-Israel.

Os Estados Unidos, às custas de divisões internas irreconciliáveis, estão saindo, ainda, precariamente, de um conflito em que são virtualmente perdedores, na Ucrânia, onde tentaram arregimentar o fascismo, financiado por Wall Street, para derrotar a Rússia e reforçar geopolítica unipolar.

Fracassaram.

A geopolítica multipolar, proposta pelos BRICS, conduzida, no plano econômico pela China, ancorada no poder militar russo, como parceiro fundamental, é a nova alternativa global.

Ela já se mostra em evidência ao unipolar poder americano no Oriente Médio, ao longo de 2022 e 2023, com profundas implicações no conflito Israel-Palestina.

CHINA E RÚSSIA DITAM NOVO CENÁRIO NO ORIENTE MÉDIO - Os chineses e russos se alinham em esforços que produzem aproximações sucessivas de adversários entre si, no Oriente Médio, como Irã e Arábia Saudita, tendo como argamassa o petróleo, cujas consequências são reduções dos históricos conflitos econômicos e religiosos entre xiitas e sunitas, nas relações iranianas-árabes.

O poder unipolar ocidental comandado por Washington sempre cuidou de dividir para governar na região, enquanto China e Rússia, estrategicamente, alinhadas em torno dos BRICS, promovem o oposto, com proposta do mundo multipolar.

O petróleo do Oriente Médio produzido na Arábia Saudita e no Irã tem agora a alternativa de ser comercializado não mais em dólar, mas em yuan, no ambiente de trocas bilaterais, envolvendo parcerias científicas, tecnológicas, comerciais e industriais, a serem realizadas no âmbito dos BRICS.

Os dois tradicionais inimigos, no Oriente Médio, se conviverão ou não no ambiente das relações econômicas e financeiras globais em condições equivalentes estando alinhados nos BRICS, na proposição comum de expansão da rota da seda?

Os BRICS, portanto, passam a ser o espaço geopolítico multipolar, ao contrário do espaço unipolar ocidental pró-Estados Unidos, vigente até agora, onde as relações totais entre os povos se realizam, em perspectivas cooperativas e não conflitivas, como desenham as estratégias chinesas e russas, armadas na fase pré-guerra na Ucrânia, que se fortaleceriam no contexto da guerra Palestina-Israel.

Vista desse ângulo novo, de um mundo multipolar nascente, o conflito Israel-Palestina seria ou não superado com a interferência crescente da influência dos BRICS sob orientação geopolítica SUL-SUL, a inverter a equação de poder geopolítico ocidental unipolar fracassado comandado por Washington?

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