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Sylvio Massa de Campos
Sylvio Massa de Campos é economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com mestrado pelo Conselho Nacional de Economia e pela Università Studi Superiori di Idrocarburi (Milão/Itália).

Comentários sobre "A História da Petrobrás"

pelas mãos de um dos mais autorizados historiadores do nosso cenário político: o Jornalista José Augusto Ribeiro. Viveu perto dos fatos

Publicado em 13/07/2022
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pelas mãos de um dos mais autorizados historiadores do nosso cenário político: o Jornalista José Augusto Ribeiro. Viveu  perto dos fatos narrados e ao lado de personagens que articulavam o desenrolar da nossa História. Enalteceu alguns deles com seus livros - Tancredo Neves-Jânio Quadros e sua monumental obra - A Era Vargas. O texto que ele oferece à AEPET – uma trilogia, reveste-se de valor excepcional não só pela índole intelectual como pela importância de resgatar de modo objetivo as passagens marcantes de nossa História, em especial da geopolítica do petróleo e da Petrobrás, oferecendo um alcance cívico para torna-lo leitura indispensável para aqueles que se orgulham de sua brasilidade e lutam pela nossa soberania.

Três aspectos sobressaem na História da Petrobrás:

- a evolução dos textos constitucionais:

- o poder e domínio das multinacionais sobre as estruturas politicas e econômicas dos países em que estão presentes seus interesses e fecunda análise no caso brasileiro;

- a grandeza do homem público-Getúlio Vargas;

Com minuciosa e rica pesquisa, o autor traça o difícil percurso dos textos constitucionais escapando do Código de Minas até a Constituição de 1937(Estado Novo) quando os “latifúndios subterrâneos” perderam o direito às riquezas do subsolo e que as multinacionais vinham acumulando com a compra de áreas promissoras, em todo o território nacional, com a então autonomia dos governos estaduais em oferecer as concessões. Garantir ao Estado esses futuros prospectos de riqueza mineral e fóssil já fazia parte de um planejamento que viria a ser efetivado tempos depois pela ação estratégica e politica de um governo que atuava com soberania no delicado cenário de conflito entre nações. Destaca-se nessa quadra politica nacional a existência de homens públicos, que, em sua maioria, faziam avançar o país em proteção à sociedade, sem dúvida, sob a inconteste liderança do Presidente.

Com apurada e ampla pesquisa, José Augusto Ribeiro mergulha fundo ao traçar a natureza de ação das multinacionais e de seus respectivos governos. Impressiona aos estudiosos do assunto o resgate e a costura que ele traça da ação dessas empresas, mesmo denunciadas como traidoras de seus países de origem (Texaco e Presidente Truman) e alcançam gigantescos poderes de manipulação das elites nos países hospedeiros, por meio de corrupção e elaboração de legislação que lhes favoreça. Os registros trazidos à tona no caso do Brasil indicam que daquela época até os dias de hoje, permanecem os mesmos. As justificavas são as mais conhecidas e utilizadas: a presença do Estado na economia impede o desenvolvimento das forças de mercado; a democracia funciona com o livre mercado; a desigualdade social é função da baixa produtividade dos cidadãos;

A Petrobrás, a Eletrobrás, a Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional, a Embrapa, o ITA, e mais, o aço e a energia sob controle do Estado, são algumas das criações planejadas e efetivadas de um estado soberano da Era Vargas que criavam um painel seguro para o desenvolvimento econômico e social do pais.

Ao longo dos textos, José Augusto Ribeiro traz à tona as personalidades dos presidentes que sucederam a era Vargas e onde a Petrobrás constituía sempre o ponto de conflito entre forças nacionalistas e conservadoras a favor do capital internacional e, assim, sempre desafiando a convicção politica no legado Vargas. Analisa o governo Café Filho, o período JK, a passagem Jânio Quadros, os Governos Militares, enfatiza o nacionalismo do Governo Geisel e destaca a descaracterização de um governo soberano no Governo FHC, cuja síntese pode ser indicada pela frase: “O Petróleo é Vosso” contrastando com a ação popular da criação da Petrobrás quando nas ruas gritavam: “O Petróleo é Nosso”. Esse é o ponto de ruptura quando deixamos de preservar a soberania construída nos limites possíveis da geopolítica, o abandono no trato das necessidades sociais onde a desigualdade entre classes corresponde à concentração da renda, a independência nas relações internacionais até então cultivadas, é esse conjunto da profundas alterações que nos distancia da construção de uma nação e de um povo orgulhoso de sua origem.

Colegas petroleiros, sou de opinião que essa trilogia, pela excelência do texto e dos fatos arrolados, deveria ser impresso na maior edição possível e ser distribuído em Diretórios das Universidades brasileiras. A juventude tem que ser alcançada, bem como os sindicatos e, em particular, os empregados ativos da Petrobrás.

Sylvio Massa, economista aposentado da Petrobrás.

Clique aqui para ler "A História da Petrobrás em PDF

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