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Luis Nassif

O fundo do mar e os minerais brasileiros estratégicos

O Brasil não tem abundância em nenhum tipo específico de minérios, mas possui jazidas de quase todos os minerais estratégicos.

Publicado em 03/12/2024
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A nova revolução industrial criou uma enorme demanda por minérios tipo lítio, ou terras raras. Para entender o fenômeno Milei, e seus financiadores, considere-se que a Argentina possui 30% das reservas mundiais de lítio.

O Brasil não tem abundância em nenhum tipo específico desses minérios, mas possui jazidas de quase todos os minerais estratégicos. Daí a relevância de consolidar uma política estratégica para minerais estratégicos.

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E aí se chega no caso dos nódulos metálicos, um produto que, mais cedo ou mais tarde, entrará nas formulações estratégicas do país.

Nódulos metálicos (ou nódulos polimetálicos) são formações minerais que ocorrem no fundo do oceano, compostas principalmente por metais valiosos como manganês, níquel, cobalto, ferro, e outros elementos em menores proporções, como cobre e terras raras.

Esses nódulos geralmente têm formato arredondado ou irregular, com tamanhos variando de milímetros a peças de centímetros.

Hoje em dia, estão espalhados pela terra, mas estrategicamente localizados na parte do Oceano Pacífico e no fim do talude continental brasileiros. São bilhões de toneladas de nódulos metálicos: ferro, manganês, cobre, terras raras, tudo em blocos pequenos, no fundo do mar.

A primeira identificação dos nódulos ocorreu quando técnicos norte-americanos vieram colocar cabos submarinos. Nos anos 70, foram detectados pelo presidente Ernesto Geisel, por sua experiência na presidência da Petrobrás.

Foi a identificação dessas jazidas que fez o Brasil se tornar o primeiro país a reivindicar as 300 milhas, enquanto Estados Unidos e Reino Unido insistiam nas 12 milhas. Geisel já sabia das condições geológicas e interpretou corretamente o Relatório Link – preparado pelo geólogo americano Walter Link e que livrou a Petrobrás dos riscos de explorar petróleo na Amazônia, para se concentrar no mar.

A necessidade de cobre para bateria de carros elétricos estimulou a criação de empresas americanas e canadenses prospectando o metal pelo mundo. Constataram que no meio do Pacífico havia de 7 mil m2 de gigantescas jazidas de nódulos. Desenvolveram navios e um veículo que pode se mover sobre a superfície do fundo do mar, sem criar problemas ecológicos.

Trata-se de um trabalho meticuloso. O fundo do mar é um depósito de todo carbono produzido na terra. Os veículos capturam nódulos com braços mecânicos e são recolhidos por navios que fazem o primeiro processamento.

Em breve, Petrobrás e Marinha terão que desenvolver esforços para começar a olhar esses nódulos.

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