Nota sobre a substituição do PPI pela Petrobrás
A direção da Petrobrás divulgou Fato Relevante [1] sobre sua estratégia comercial para o Diesel e a Gasolina, nesta terça-feira (16).
Nele registra a substituição da atual política de preços praticada por suas refinarias.
A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) tem criticado a política de Preços Paritários de Importação (PPI) desde 2017 e recebe com esperança a informação de que ela foi extinta pela atual direção da Petrobrás.
Com relação à nova política, a direção da Petrobrás informa que “usa referências de mercado como: (a) o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e (b) o valor marginal para a Petrobras. O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos, já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade dada às diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.” [1]
Pela descrição não é possível ter um juízo sobre a adequação da nova política de preços. Será necessário avaliar como as referências (custo alternativo do cliente e custo de oportunidade da Petrobrás) serão utilizadas para determinar os preços ao consumidor brasileiro.
Além dos novos preços praticados pelas refinarias da Petrobrás, outros dois indicadores que devem ser observados são os volumes importados pelos competidores da estatal e a ociosidade das suas refinarias.
A AEPET acredita que a Petrobrás pode praticar preços inferiores aos paritários de importação (PPI) e obter excelentes resultados empresariais, com a recuperação da sua participação no mercado brasileiro e a maior utilização da sua capacidade instalada de refino.
Somente a Petrobrás consegue suprir o mercado doméstico de derivados com preços abaixo do paritário de importação e, ainda assim, obter resultados compatíveis com a indústria internacional e sustentar elevados investimentos que contribuem para o desenvolvimento nacional.
A Petrobrás deve abastecer o mercado brasileiro aos menores custos possíveis e garantir sua sustentabilidade empresarial, ao assegurar que suas margens operacionais sejam compatíveis com a indústria internacional, com alta capacidade de investimento e resiliente à variação do preço do petróleo.
A AEPET prosseguirá acompanhando a gestão da Petrobrás, onde se inclui a relevante administração dos preços dos derivados, considerando sempre o interesse nacional brasileiro, o crescimento econômico e o desenvolvimento social da Nação, e a saúde tecnológica, operacional e financeira da Companhia e o tratamento do seu corpo de empregados.
Direção da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)
16 de maio de 2023
Referências
[1] Petrobras, “Petrobras sobre estratégia comercial de diesel e gasolina,” 2023.