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Cooperar com a OPEP+ com recordes sucessivos da exportação de petróleo cru por petrolíferas estrangeiras é mais uma farsa

De janeiro a junho de 2023, 34% do diesel importado pelo Brasil foi produzido na Rússia e 31% nos Estados Unidos.

Publicado em 01/12/2023
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“Nenhum país continental e populoso como o Brasil se desenvolveu exportando petróleo cru e produtos primários, muito menos por multinacionais estrangeiras.” A afirmação é do vice-presidente da AEPET, Felipe Coutinho, ao criticar a carta de cooperação do governo brasileiro com a Opep+ (grupo que reúne 23 dos maiores países produtores de petróleo, incluindo Arábia Saudita e Rússia), anunciada nesta quinta-feira (30) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

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Para Silveira, trata-se de um “momento histórico para o Brasil e a indústria energética". No entanto, Coutinho considera que o Brasil deveria promover esforço no sentido contrário, agregando valor à sua produção e oferecendo derivados a preços condizentes com a demanda da indústria e o aumento da oferta de energia à população.

O petróleo do Brasil tem sido exportado em volumes recordes, cerca de 1,5 milhão de barris de petróleo por dia, volume equivalente a 45% da produção de petróleo cru no país. Já as importações de produtos refinados, sobretudo da Rússia e Estados Unidos, já superam os 600 mil barris diários.

“Trata-se de uma relação internacional do tipo colonial, onde se exporta produtos primários e importa produtos industrializados de maior valor agregado”, critica Coutinho, salientando que a Petrobrás pode praticar preços inferiores aos paritários de importação (PPI) e obter excelentes resultados empresariais, com a recuperação da sua participação no mercado brasileiro e a maior utilização da sua capacidade instalada de refino.

Mais caro, o combustível brasileiro perde mercado para o importado, o que resultou na ociosidade das refinarias da Petrobrás, em até 25% da sua capacidade de processamento de carga fresca, e em 13% no primeiro semestre de 2023. De janeiro a junho de 2023, 34% do diesel importado pelo Brasil foi produzido na Rússia e 31% nos Estados Unidos.

A AEPET defende a taxação da exportação de petróleo cru, a interrupção dos leilões e a reversão das privatizações de refinarias e da BR Distribuidora, entre outras subsidiárias estratégicas da Petrobrás.

O vice-presidente da AEPET pondera que existe relação entre o consumo de energia, o crescimento econômico e o desenvolvimento humano. “O consumo per capita de energia no Brasil é muito baixo, quase seis vezes menor em relação aos Estados Unidos e quase cinco em relação a Noruega. No entanto, quase metade do petróleo produzido no Brasil não tem sido consumido no país, está sendo exportado, em maior parte por multinacionais estrangeiras”, resume.

Leia também: Exportação de petróleo cru é recorde, Lula conduz o Brasil na rota colonial pavimentada por Temer e Bolsonaro

Rogerio Lessa
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