Indústria da China é igual às dos EUA, Japão, Alemanha e Índia somadas

China responde por quase 30% da manufatura global; em 2005, era 40% menor que indústria dos EUA

Publicado em 09/04/2025
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Presidente da República Popular da China, Xi Jinping. Foto: Marcos Corrêa/PR

A participação da China em valor adicionado na indústria manufatureira global, em 2023, era superior à soma das 4 potências industriais seguintes – EUA, Japão, Alemanha e Índia, que juntos responderam por 29,5% do setor no mundo. É uma situação bem diferente daquela de 2005, quando a China (13,2%) aparecia em segundo lugar no ranking e possuía uma participação 40% menor do que a dos EUA (22,6%), então potência líder.

A observação foi feita pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) a partir da última edição do International Yearbook of Industrial Statistics, divulgada recentemente pela Unido. Em 2023, o valor adicionado da indústria total mundial representou 21,3% do PIB global, totalizando US$ 19,7 trilhões a preços constantes de 2015.

No que diz respeito apenas à indústria manufatureira, os seus segmentos produziram um valor adicionado de US$ 15,5 trilhões no agregado mundial, respondendo por 78,6% do total da indústria total, ao passo que os setores de mineração e utilidades públicas completaram os 21,4% restantes.

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O relatório da Unido destaca que as economias industriais exibiram tendência moderada de recuperação após a crise enfrentada pelas cadeias produtivas em razão da pandemia, explica o Iedi.

“A despeito do avanço de 2,4% da indústria global em 2023, em termos do seu valor adicionado, seu ritmo de crescimento seguiu inferior àquele apresentado pelo PIB global, que foi de 2,7%. As economias de renda média destacaram-se como um dos grupos mais dinâmicos em 2023 no que tange ao crescimento do valor adicionado da indústria, registrando taxas anuais de crescimento acima de 4%.”

“Por sua vez, as economias de baixa renda apresentaram um avanço de 3,2%. Ressalte-se que, neste grupo, o setor industrial expandiu-se a um ritmo superior ao do PIB, configurando-se como o único grupo de países a demonstrar tal desempenho”, destaca o Instituto.

As economias industriais de alta renda evidenciaram um crescimento mais moderado, ainda que positivo, e as economias de alta renda em industrialização constituíram-se no único grupo de países a enfrentar retração na produção industrial em 2023.

Posição do Brasil melhora porque Irlanda caiu

Entre 2022 e 2023, o Brasil subiu da 16ª para a 15ª posição do ranking mundial da indústria manufatureira, construído a partir do valor adicionado do setor em dólares a preços constantes de 2015. Porém, o que explica “esta melhora para o Brasil é a queda de 3 posições da Irlanda, o que também ajudou Turquia e Rússia a subirem no ranking. Em 2023, rupturas nas cadeias produtivas globais, ajuste na produção farmacêutica após a pandemia e enfraquecimento da demanda interna e externa europeia levaram a uma retração da indústria irlandesa”, explica o Iedi.

A participação do Brasil no valor adicionado manufatureiro mundial teve leve queda, de 1,22% para 1,21% entre 2022 e 2023, decorrente de um desempenho inferior ao do setor no mundo.

“Entre 2005 e 2023, muita coisa também mudou para o Brasil. À época, ocupávamos o posto de 10º maior parque manufatureiro do mundo, com uma participação de 2,2% do total do valor adicionado mundial. Dez anos depois tínhamos deixado o pelotão dos 10 maiores: caímos para 11º lugar, com 1,55% de participação”, lamenta a entidade. “De 2015 a 2023, embora mais lentamente, seguimos perdendo participação e, consequentemente, caindo no ranking, exceto quando alguns países enfrentam um ano difícil para o setor, como ocorreu com a Irlanda.”

Tomadas as vinte maiores manufaturas do mundo, o Brasil aparece como um dos países que mais recuaram no ranking: caiu 5 posições entre 2005 e 2023, só perdendo para Espanha e Canadá, que perderam 7. Entre os que mais progrediram estão Irlanda, Índia, Turquia e Taiwan.

Participação da indústria de tecnologia no Brasil cai pela metade de 2005 a 2022
A participação do Brasil no valor adicionado da indústria mundial de alta e média-alta tecnologia, segundo os dados da Unidos, caiu pela metade entre 2005 e 2022, passando de 1,8% para 0,9%. “Nossa colocação no ranking, por sua vez, foi da 11ª para a 18ª no período”, observa o Iedi.

Também declinou o peso desta parcela mais intensa em tecnologia na estrutura industrial do país. Representava 33,1% em 2005 e passou para 31,3% em 2022. “Isso se dá pela importância do processamento de commodities no país, cujas atividades são menos intensivas em tecnologia, mas também pelas inúmeras distorções que nosso ambiente de negócios possui e que prejudicam as cadeias produtivas mais longas, que caracterizam as atividades mais tecnológicas”, explica o Instituto.

Em 2022, o peso destes ramos no Brasil ficou aquém de outros emergentes de destaque, como o México (42,4%), Índia (41,65), China (41,5%), Tailândia (41,4%) e Vietnã (38,7%), por exemplo. Os países com esta proporção mais elevada são parques industriais especializados em atividades tecnológicas, como Singapura (82,3%), Taiwan (74,5%) e Suíça (71,4%).

Fonte(s) / Referência(s):

Jornalismo AEPET
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