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O novo ataque de Bolsonaro à Petrobrás

Governo quer vender 8 mil km de fibra óptica da estatal, que acompanha gasodutos da empresa e é estratégica para sua comunicação

Publicado em 05/10/2022
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Na surdina, em pleno final de gestão, o governo antinacional de Bolsonaro continua fatiando e vendendo a Petrobrás. Na sexta-feira (30), a empresa divulgou comunicado ao mercado informando que iniciou a etapa de teaser (oportunidades) de venda de sua rede de fibra óptica onshore, que conta com uma extensão de 8 mil quilômetros.

Não satisfeito em entregar a Amazônia para o bilionário americano Elon Musk, Bolsonaro quer que os estrangeiros controlem também a Petrobras.

A rede de fibra óptica da estatal é estratégica e é composta por cabos enterrados, sendo que sua grande maioria tem capacidade de 36 fibras ópticas cada, acondicionados em tubos de polietileno de alta densidade PEAD (bi tubo) para maior proteção e versatilidade de manutenção. Elas estão distribuídas nacionalmente seguindo as faixas de gasodutos e oleodutos do Nordeste ao Sul, além de um trecho na região Norte. A intenção de Bolsonaro é que grupos estrangeiros controlem toda a rede de comunicações da empresa.

Segundo o professor Ildo Sauer, titular do Instituto de Energia da USP e ex-diretor da Petrobrás, “a venda da rede de fibras ópticas vai criar uma dependência permanente da Petrobrás, com custos permanentes, como os da rede de gasodutos, para operar suas redes e as comunicações internas da empresa entre suas instalações e escritórios”. “É mais um ataque contra sua integridade e eficiência econômica”, acrescenta o especialista.

Ildo Sauer comparou a venda dos cabos para empresas estrangeiras com a venda da rede de gasodutos construída pela Petrobrás durante o governo Lula. Ele diz que é como uma pessoa que vende a sua casa e passa a morar em sua própria casa, só que pagando aluguel. É exatamente isso o que ocorreu com a rede de gasodutos vendida. A Petrobras era a dona da rede e, agora, paga para empresas estrangeiras pelo uso de seus próprios gasodutos.

A consultoria Ernst & Young já foi contratada pela Petrobrás como assessor financeiro para conduzir a venda e explorar o potencial da transação, ficando responsável por eventuais comunicações, solicitações ou consultas de interessados.

No comunicado, o governo justifica a operação como parte do desmonte de tudo o que foi construído pelos brasileiros nas últimas décadas. Segundo a direção da empresa a decisão está de acordo “com o regime especial de desinvestimento de ativos”. Traduzindo, Bolsonaro está torrando todo o patrimônio da empresa. Já vendeu as refinarias, obrigando o Brasil a importar diesel e, agora, quer os estrangeiros controlando também as linhas de comunicação da empresa.

Fonte: Outras Palavras - Hora do Povo

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