A OPEP+ vem aumentando a produção desde abril, após anos de cortes para apoiar o mercado de petróleo, mas a decisão de domingo de aumentar ainda mais a produção foi uma surpresa em meio a um provável excesso de oferta de petróleo nos meses de inverno do hemisfério norte.

O acordo de domingo também significa que a OPEP+ começou a desfazer uma segunda parcela de cortes de cerca de 1,65 milhão de bpd por oito membros, mais de um ano antes do previsto. O grupo já desfez totalmente a primeira parcela de 2,5 milhões de bpd desde abril, o equivalente a cerca de 2,4% da demanda global.

"Os barris podem ser pequenos, mas a mensagem é importante", disse Jorge Leon, analista da Rystad e ex-funcionário da OPEP. "O aumento tem menos a ver com volumes e mais com sinalização – a OPEP+ está priorizando a participação de mercado, mesmo que isso corra o risco de preços mais baixos."

O aumento da produção da OPEP neste ano também ocorre em um momento em que a Arábia Saudita busca punir outros membros, como o Cazaquistão e os Emirados Árabes Unidos por superprodução.

No início deste ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou o grupo para aumentar a produção, buscando cumprir sua promessa eleitoral de reduzir os preços domésticos da gasolina.

Já o Goldman Sachs prevê que o mercado global de petróleo atinja um superávit de 1,9 milhão de barris por dia no próximo ano, como resultado da redução da produção da OPEP+ e do aumento da produção por parte dos produtores da América do Norte e do Sul.

"Embora uma redução total de 1,65 mb/d seja plausível, presumimos que o grupo usará sua flexibilidade para suspender os aumentos de cotas a partir de janeiro de 2026, sob nossa premissa de que os estoques comerciais da OCDE começarão a subir significativamente no quarto trimestre de 2025", disseram os analistas de commodities do banco de investimento em nota no domingo, após a notícia de que a OPEP+ continuará adicionando barris à sua produção coletiva após anos de restrição de oferta.

Com informações de Reuters e Oilprice.com