Imediatamente após a OPEP + anunciar cortes de 1,2 milhão de barris por dia (mb / d), uma enxurrada de relatórios de analistas de petróleo e bancos de investimento parabenizou o grupo por um trabalho bem feito. Afinal, o valor de 1,2 mb / d era maior do que o mercado previra.

No entanto, a realidade está começando a se instalar. Primeiro, os cortes podem não se concretizar em janeiro, apesar da promessa. A Rússia indicou que iria desacelerar os cortes, com uma redução inicial de 50.000 a 60.000 bpd em janeiro. Isso é significativo porque a Rússia é o ator principal no corte dos países não-OPEP. Espera-se que o grupo não-OPEP reduza a produção em 400 mil bpd, mas se a Rússia só fizer sua parte gradualmente nos próximos meses, os cortes não-OPEP podem não alcançar os níveis prometidos. Além disso, como não há alocações específicas para um país, será difícil responsabilizar qualquer produtor.

Isso prejudica a confiança no acordo. "Comparado com o início da semana passada, o resultado foi bastante decepcionante, todo o processo não foi convincente, e ainda é incerto se eles realmente vão cortar", disse Hans van Cleef, economista sênior do ABN Amro, à Bloomberg.

Enquanto os comerciantes de petróleo estão, de repente, duvidando da integridade do acordo, mesmo que a OPEP + aderisse aos cortes prometidos, ainda assim pode não ser suficiente. Isso porque existem outros fatores que podem deixar o mercado com excesso de oferta. As rachaduras na economia global estão crescendo, a demanda está mostrando sinais de tensão e a oferta continua aumentando.

Por enquanto, porém, o mercado de petróleo não está convencido de que os cortes da Opep + serão suficientes para aumentar significativamente os preços do petróleo, apesar da euforia inicial em torno do acordo de Viena.

Original: https://oilprice.com/Energy/Crude-Oil/Why-The-OPEC-Deal-Wont-Cut-It.html