Rússia cresceu mais que EUA e Europa em 2023, apesar das sanções

A inflação, embora alta, foi parcialmente compensada por salários mais elevados e baixo desemprego.

Publicado em 15/02/2024
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Em um cenário global marcado por tensões geopolíticas e sanções econômicas, a economia da Rússia registrou um surpreendente crescimento de 3,6% em 2023.

Este desempenho coloca a nação à frente dos Estados Unidos e da Europa em termos de expansão econômica, apesar do isolamento de importantes mercados globais e da aplicação de sanções econômicas abrangentes.

Segundo o Rosstat, o Serviço Federal de Estatísticas do Estado da Rússia, este crescimento reverte a tendência de contração de 1,2% observada no PIB em 2022. Tal contração ocorreu no contexto de sanções punitivas impostas por uma coalizão de países ocidentais, liderada pelos Estados Unidos, em resposta às ações militares russas na Ucrânia.

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A economia russa, impulsionada significativamente por aumentos nos gastos militares ligados à contínua invasão da Ucrânia, levanta questionamentos sobre a sustentabilidade desse crescimento.

Especialistas apontam para os possíveis efeitos colaterais, como a inflação, que apesar de ter caído de 11,9% em 2022 para 7,4% em 2023, permanece relativamente alta.

O presidente Vladimir Putin, enfrentando eleições em março, destacou a transição bem-sucedida da economia russa para uma maior auto-suficiência e o estabelecimento de novas parcerias comerciais, distanciando-se dos mercados ocidentais.

Economistas, como Howard J. Shatz, da RAND Corp., observam que a fonte do crescimento econômico russo reside nos gastos governamentais, especialmente no setor militar, mas questionam até que ponto essa estratégia é viável a longo prazo.

O Banco Central da Rússia, preocupado com a pressão inflacionária, elevou as taxas de juro para cerca de 16% numa tentativa de conter a inflação.

As sanções econômicas impostas pelo Ocidente desde o início de 2022 visam reduzir a capacidade russa de financiar sua máquina de guerra. Apesar disso, a Rússia conseguiu mitigar algumas das consequências econômicas, expandindo significativamente o comércio com a China e outros parceiros não ocidentais.

A União Europeia, por sua vez, está em processo de negociação do 13º pacote de sanções contra a Rússia, esperando concluir as negociações até 24 de fevereiro, marcando o segundo aniversário da invasão russa à Ucrânia.

Para a população russa, especialmente nas grandes cidades, o impacto das sanções na vida cotidiana tem sido limitado.

A inflação, embora alta, foi parcialmente compensada por salários mais elevados e baixo desemprego. Produtos ocidentais foram substituídos por equivalentes chineses, e estratégias para contornar as sanções têm sido eficazes.

No entanto, a situação é diferente nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, onde a escassez de produtos e os efeitos das sanções são mais sentidos.

O governo russo sustentou o crescimento econômico por meio de um aumento significativo nos gastos públicos, especialmente em defesa e apoio social, financiando estas despesas através de receitas fiscais aumentadas, uso do fundo nacional de riqueza e empréstimos, resultando em um défice público historicamente elevado.

Este panorama complexo da economia russa em 2023 destaca a resiliência e os desafios enfrentados pelo país em meio a um ambiente global de sanções e pressões geopolíticas, levantando questões sobre a sustentabilidade de seu crescimento econômico no longo prazo.

Com informações da Voa News

Fonte(s) / Referência(s):

Jornalismo AEPET
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