Tarifa de Trump baixa preço do petróleo para Índia e China

Petróleo russo ficou US$ 3 mais barato após tarifa de 50% imposta por Trump à Índia, que já voltou a comprar o combustível da Rússia.

Publicado em 03/09/2025
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A tarifa de 50% imposta por Trump às importações vindas da Índia, para pressionar o país asiático a suspender compra de petróleo russo, teve efeito imediato: o preço do produto da Rússia caiu, incentivando mais compras pela China. E as empresas indianas, que interromperam brevemente as compras do petróleo russo tipo Urals, voltaram a comprar em meados/final de agosto, após um desconto de US$ 3,05 por barril.

As informações são de Tom Reed, vice-presidente de petróleo e derivados para a China da Argus. Para o especialista, as refinarias indianas dificilmente buscarão alternativas ao petróleo russo, apesar das tarifas dos EUA terem dobrado em 27 de agosto.

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As empresas indianas retomaram as compras quando ficou claro que as tarifas não estavam, de fato, ligadas às aquisições de petróleo russo. Isso sugere que o efeito paradoxal da ameaça tarifária foi, na prática, reduzir o custo do petróleo russo para a Índia, analisa Reed.

A avaliação recente da Argus mostra o Urals com desconto de US$ 2,80 por barril em relação ao North Sea Dated. Cerca de 1,5 milhão de barris por dia de petróleo russo, principalmente Urals, devem ter sido embarcados em agosto com destino à Índia, com base em dados da Vortexa. A expectativa é que os embarques se mantenham estáveis nesse patamar em setembro.

O aumento das compras de Urals permitiu que as estatais chinesas reduzissem as compras de petróleo da Arábia Saudita para outubro.

Com a Índia de volta ao mercado, o fornecimento de Urals para a China está se tornando mais restrito. O diferencial de entrega para a China já subiu para US$ 2 por barril acima do Ice Brent porque as empresas chinesas terão que pagar mais para tirar o Urals da Índia em novembro, explica Reed.

Por outro lado, a Rússia amplia o fornecimento de gás à China, o que pode redefinir o mercado de gás natural liquefeito (GNL) e enfraquecer os planos dos EUA de se tornar o principal fornecedor global de energia, com Moscou podendo suprir até 20% da demanda chinesa até 2030 (atualmente supre 10%), aponta a agência Bloomberg. O futuro gasoduto Força da Sibéria 2 reforça esta hipótese.

Segundo cálculos da agência, os novos acordos podem permitir que a Rússia exporte para a China volumes equivalentes a mais de 40 milhões de toneladas de GNL por ano – mais da metade do total importado pelo país asiático em 2024. Pequim, maior importador de gás liquefeito do planeta, não compra GNL estadunidense há mais de 6 meses.

Fonte(s) / Referência(s):

Jornalismo AEPET
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